PREGAÇÃO

Equipado para a guerra - parte 2

Ef 6.17-18      39 minutos      20/02/2005         

Mauro Clark


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17  Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

18  com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos

 

Na pregação passada, vimos as cinco armas defensivas da armadura de Deus.

Veremos hoje a única arma ofensiva.

 

v.17b

... e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus

4Há estudiosos que discordam que a espada do Espírito seja uma arma de ataque, entendendo que todas as peças da armadura de Deus são para defesa.

O argumento deles é que não há na Bíblia instruções para atacarmos o Diabo, mas apenas para nos defendermos dele.

Eu concordo com parte dessa argumentação e discordo de outra.

Concordo quando diz que não somos instruídos a atacar o Diabo.

Mas não devemos atacar a pessoa do Diabo. Não devemos confrontá-lo pessoalmente, chamá-lo para uma batalha direta. Quando ele se aproximar, devemos fugir.

De fato, esse é o procedimento ordenado pelas Escrituras.

Mas discordo de que usar a Palavra de Deus como ataque é o mesmo que atacar a própria pessoa do Diabo.

Atacar o Diabo pessoalmente é diferente de atacar o império dele, os interesses dele, os planos dele. E isso nós podemos e devemos fazer.

 

Na II Guerra Mundial os aliados não podiam atacar diretamente a pessoa de Hitler,  entrincheirado em Berlim, super protegido. Mas cada vez que uma divisão do exército alemão era vencido, Hitler estava sendo atacado. Cada vez que as fronteiras do império nazista encolhia um quilômetro, Hitler estava sendo atacado.

 

Nós podemos e devemos atacar o império das trevas, o seu sistema maligno.

Vejamos duas passagens, sem detalhar, mas para mostrar a nossa atitude de ataque.

A primeira é 2Coríntios 10.3-5:

3  Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.

4  Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas

5  e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.

 

Essa passagem também fala da guerra espiritual, como Efésios 6.

As armas da nossa milícia (guerra), não são carnais. É implícito que elas são espirituais.

O poder dessas armas encontram-se em Deus. Ele é o supridor do poder dessas armas.

E para que servem essas armas? Para destruir fortalezas!

No grego, o verbo tem exatamente esse sentido: destruir, demolir.

Não há a menor idéia de defesa aqui!

É ataque direto não contra fortalezas de pedra ou concreto, mas fortalezas espirituais.

É ataque pesado contra o reino das trevas, contra as forças espirituais do mal.

 

Mas a idéia de ataque não pára aqui: anulando nós sofismas

O verbo grego traduzido por anular é precisamente o mesmo de destruir.

Ou seja, devemos destruir sofismas.

Sofismas: no grego, logismos. No caso aqui, significa pensamento hostil, ou julgamento errado. A NVI traduziu como argumento.

Devemos destruir qualquer idéia que se oponha às coisas de Deus.

Esse pensamento ou argumento ou acusação contra Deus, pode ser nossa (quando pecamos), ou de outro crente, ou de não crente - não importa. Precisamos atacar.

 

Mas o tema de ataque não parou. Além de sofismas, outra coisa deveria ser destruída:

...toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus

Mesma idéia: devemos atacar qualquer arrogância contra Deus.

 

A segunda passagem que traz a idéia de ataque é:

Mateus 16.18: Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

 

Essa afirmação de Jesus às vezes é erroneamente usada para provar a segurança do salvo, como se o inferno fosse tentar arrancar pessoas de Cristo e não conseguiria.

Mas o portão de uma cidade não saía atacando ninguém. Apenas protegia os de dentro.

O portão era o primeiro a sofrer ataques dos inimigos. Se ele resistia, os habitantes estavam salvos. Se não, a cidade sucumbia e os habitantes caiam nas mãos do inimigo.

A aplicação é óbvia: a igreja de Cristo deve atacar os portões do inferno.

Os portões não resistirão e serão arrancados do inferno todos aqueles que Cristo quiser.

 

Essa idéia combina maravilhosamente com:

Colossenses 1.13: Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.

Deus atacou o inferno e arrancou de lá os seus eleitos, levando-os para o reino de Cristo.

Como soldados de Cristo e integrantes de Igreja dEle, fazemos parte desse ataque.

Deus utiliza os crentes nesse ataque, dia após dia.

 

Há ainda uma passagem que se encaixa bem com a idéia de ataque: 2Coríntios 6.7

No grego, não tem as palavras ofensivas e defensivas, mas direita e esquerda.

Mas é clara a idéia de ataque e defesa, pois o soldado antigo levava na mão direita a espada, e na esquerda, o escudo.

 

E qual a nossa arma de ataque? Já vimos no início, em Efésios 6.17:

a espada do Espírito, que é a palavra de Deus

A arma de ataque que devemos empunhar é a Palavra de Deus.

Ø      Quando anuncia o Evangelho você está atacando o reino do Diabo (Romanos 1.16);

Ø      Quando diz que Cristo venceu numa cruz e lhe convida para saborear a vitória com Ele, você está investindo contra os portões do inferno.

Ø      Quando desafia alguém a se arrepender do próprios pecados, e ele faz  isso, você está sendo usado por Deus para libertar aquela alma acorrentada do império das trevas e colaborando com Deus para transportá-la para o reino de Cristo.

 

Veja duas passagens que, embora usando outras figuras, falam do poder destruidor da Palavra de Deus:  Jeremias 5.14: fogo que queima e consome a lenha.

                             Jeremias 23.29: martelo que quebra a pedra até esmiuçar.

 

Detalhe importantíssimo: a Palavra de Deus é a espada do Espírito.

O que isso significa? O Espírito Santo é quem determina o efeito que a espada fará quando nós a empunharmos.

O estrago que a Palavra de Deus fará nos domínios do inimigo é decidido pelo Espírito Santo.

Nós atacamos os portões do inferno falando do Evangelho, mas o momento e a quantidade de portões a serem derrubados é o Espírito Santo quem decide.

Nós pregamos, mas a quantidade de almas que serão arrancadas da morte e levadas para a vida em Cristo, é o Espírito Santo quem decide. E é Ele próprio quem efetua essa

operação miraculosa.

 

Veja Hebreus 4.12:

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.

 

Aqui novamente a Palavra de Deus é comparada a uma espada. E uma espada que vai fundo, que separa as partes mais íntimas do ser humano e faz com que os pensamentos e propósitos dos homens fiquem expostos.

Pois é o Espírito Santo quem decide o quão profundamente a espada da Palavra de Deus penetrará nas mentes e nos corações dos nossos ouvintes.

 

Lição prática:

Seja habilidoso no manejo da Palavra de Deus. Estude, perscrute, decora, use-a nas batalhas. Mas saiba que o efeito desse uso será totalmente do Espírito Santo.

Nunca se sinta o tal no manejo da Bíblia, o bonzão em teologia, o sabichão da Escola Dominical. Seja humilde. Se você compreende bem a Bíblia e sabe usá-la com maestria, credite isso a Deus e peça que o Espírito Santo a utilize de maneira a honrar a Cristo.

 

¿ Voltando a Efésios 6.17b:

O fato da espada ser uma arma de ataque, não significa que não serve para a defesa.

Um caso típico é a tentação de Jesus:

Mateus 4.1-7

1 A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

2 E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.

3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.

4 Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.

5 Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo

6 e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

7 Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.

 

Jesus fez duas defesas usando a Palavra de Deus:

A primeira, no versículo 4. A segunda, no versículo 7.

 

4 Aprenda a se defender das tentações e dos ataques malignos usando as Escrituras.

Mas para um soldado se defender com uma espada, não era suficiente tê-la nas mãos.

Se não souber manejar, é até pior, vira um peso inútil. Melhor jogar fora e sair correndo!

Para manejar bem, é preciso exercitar-se sempre, para estar pronto na hora do ataque.

 

Para o crente sair à procura de uma Bíblia quando chega uma tentação ou um ataque qualquer, não vai resolver. Usar a Bíblia de maneira errada é até prejudicial.

Exercite-se nas Escrituras continuamente.

Esteja com a mente cheia e o coração transbordando da Palavra de Deus, para se proteger com eficiência no ataque.

Viu a rapidez com que Jesus se defendeu?

 

Voltando a falar na tentação de Jesus, não sei se notaram que eu parei no versículo 7.

Foi de propósito, pois quero mostrar um ponto interessante.

Jesus fez mais um uso da Palavra de Deus e muitos alistam como a terceira defesa.

Mas eu prefiro ver que esse último uso não é mais de defesa, mas de ataque.

Vejamos os versículos 8-11.

8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles

9  e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10  Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.

11  Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.

 

Jesus expulsou o Diabo diante de Si, usando a Palavra de Deus como arma de ataque.

 

versículo 18

Paulo encerra o belo trecho sobre a armadura de Deus falando de oração.

Usou vários termos diferentes - oração, súplica e vigilância - para expressar a extrema importância dessa atividade espiritual tão básica.

Embora não conecte a oração diretamente com a armadura espiritual, a idéia é que sem oração, não saberemos usar bem a armadura.

 

Precisamos estar em contato íntimo com o Comandante Supremo, recebendo ordens e apresentando nossos relatórios de batalhas. Faremos isso pela oração.

Precisamos pedir ajuda a Deus para nos capacitar a nós mesmos e aos nossos irmãos a  sermos soldados corajosos e eficientes. Faremos oração pela súplica e pela intercessão.

 

Que Deus nos ajude a sermos mais santificados em Cristo, o nosso grande General.

Que Deus nos ajude a lutar bravamente por Ele, devidamente equipados com as armas da direita e da esquerda, de defesa e de ataque.

Que Deus nos dê o privilégio de cooperar com Ele e libertar almas do império das trevas, levando-as para o reino maravilhoso de Cristo. Para honra e glória dEle.

 

- Amém -

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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