PREGAÇÃO

Novamente ao teu serviço, Senhor! (Série O SALMO DO ARREPENDIMENTO 3 de 4)

Sl 51.13      57 minutos      05/03/2017         

Mauro Clark


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Terceira e última pregação sobre esse famoso salmo de arrependimento de Davi, após o caso com Bate-Seba.

1ª: v.1-7: Davi trata o pecado e abre o coração sobre quem ele é.

2ª: v. 8-12: Tratado o pecado, Davi olha para a frente, para uma nova fase e pede uma série de providências de Deus na vida dele.

3ª: v.13-19: Veremos hoje.

 

v.13

Neste ponto vemos uma mudança de tom de Davi, como se Deus já estivesse respondendo à sua oração e, portanto, se sentindo melhor.

De angustiado e ansioso por misericórdia, Davi passa para um estado de ânimo diferente: vontade de ensinar os caminhos de Deus e levar pecadores à conversão.

 

Antes de comentar o v.13 em si, veja o v.12:

Restitui-me a alegria da salvação e sustenta-me com um espírito voluntário

O v.13 é uma consequência do v.12, ou seja, uma vez alegre por ser salvo e recebendo de Deus um espírito pronto para servir, Davi estaria em plenas condições de partir para um serviço específico (no caso, ensinar os caminhos de Deus).

 

Davi começa aqui o uso de uma fórmula de pedir uma coisa a Deus e dizer que, uma vez recebendo, estaria pronto para uma determinada ação voltada para Deus.

Aqui nos v.12-13:

* O que pede a Deus: Restituição da alegria da salvação e um espírito disposto.

* Quando receber, estaria em condições de:

Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos

Davi já não via a hora de ensinar os caminhos de Deus.

Ensinar a quem? Aos transgressores.

 

Alguém poderia dizer: Mas quem é você, Davi, para me chamar de transgressor e ainda querer ensinar? Um sujo falando de um mal lavado. Quanta hipocrisia.

Davi de forma alguma aceitaria esse argumento.

Afinal, acabou de reconhecer que era ele próprio um grande pecador, nascido em pecado.

E ao se propor a falar a transgressores, reconhece que era gente como ele próprio!

 

Quanto ao ensino, seria com base numa terrível e sofridíssima experiência própria.

A atitude não seria de superioridade, mas de alguém que tinha passado por isso e queria ajudar os outros a não seguirem por esse rumo, a escaparem da cilada.

 

Isso é importante para entendermos, numa igreja, a interação pastor-ovelha, pregador-ouvinte, professor-aluno.

O pastor, pregador, o professor, pode até ser mais preparado, etc, mas em essência não é superior ao que lhe ouve, pois ambos são pecadores.

E muito do que o pregador fala vem da própria experiência pessoal de lutas espirituais.

O que fala, então, que trate de desinflar o orgulho, e o que ouve não endeuse o que fala.

 

Mais uma observação antes de continuar:

O tom da fórmula de Davi, que ele ainda usará mais 2 vezes, não era “se me deres isso eu poderei fazer aquilo”, mas “QUANDO me deres isso eu poderei fazer aquilo”.

Nas duas pregações passadas enfatizei, e agora digo de novo, que Davi sabia que era salvo. Sabia que, uma vez arrependido e confessando, seria perdoado.

Falei que essa ousadia é típica do salvo em Cristo hoje e um segredo para a vida cristã.

Agora, vou mais fundo: Davi sabia que seria não apenas perdoado, mas restaurado para serviço! Ousadia de Davi? Sim, mas uma ousadia de fé, baseada no perdão de Deus.

 

Um caso de restauração na Bíblia ainda mais explícito é o de Pedro. (Jo 21.15-17)

Após perguntar e ouvir de Pedro que O amava, Jesus diz “Apascenta os meus cordeiros”.

Repete e diz: “pastoreia as minhas ovelhas. Na 3ª. vez: “apascenta as minhas ovelhas”.

Ou seja: “Volte ao serviço, Pedro! Você está restaurado. Vá trabalhar!”

 

Irmão, por maior que tenha sido o seu pecado, não precisa se sentir permanentemente desqualificado para o serviço. Além de, com certeza, lhe perdoar, Deus poderá também lhe restaurar para serviço.

Esse é um assunto delicado (especialmente no caso de um líder), pois envolve outros fatores, como testemunho, confiabilidade, amadurecimento, pureza da igreja, etc.

Por isso mesmo a própria Bíblia manda a igreja aplicar disciplina, em alguns casos.

Não há uma tabela, deve ser examinado caso a caso.

Seja como for, quando envolver você, seja humilde e aceite a disciplina da igreja.

E quando envolver outro, peça a Deus equilíbrio entre a misericórdia pelo irmão e o zelo pela pureza da igreja.

Mas nunca esqueça: o grande propósito da disciplina é RESTAURAÇÃO.

 

Voltando ao v.13: resultado do ensino:

... e os pecadores se converterão a ti

O alvo máximo de quem ensina os caminhos de Deus é mudança de rumo de quem ouve.

Não significa que todo o que alguém ouve a Palavra de Deus se converte.

Mas todo que se converte, é porque ouviu a Palavra de Deus.

Sempre fale dos caminhos de Deus, é o único meio de alguém se converter a Cristo.

 

converter: talvez se refira também ao crente que se desviou e voltou, como Davi.

 

Uma área fascinante da vida cristã é ajudar outros com a própria experiência.

Quantas pessoas Davi deve ter aconselhado. Quantos cresceram ao ouvirem (ou lerem, como nós) sobre o conhecimento que Ele adquiriu de Deus.

Você é um PROFESSOR em potencial. Cada vitória SUA lhe capacita a dar uma aula.

Você também é um ALUNO em potencial. Cada vitória DO OUTRO que você ouve, lhe ajuda nas suas dificuldades.

É por isso que cada crente precisa das pregações, dos compartilhamentos, das aulas, de qualquer troca de experiências espirituais, juntamente com sã doutrina.

 

Terminaremos a exposição do Sl 51 na próxima pregação.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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