PREGAÇÃO

Tudo, tudo em nome de Cristo (Série COLOSSENSES 25 de 30)

Cl 3.16-17      57 minutos      13/08/2017         

Mauro Clark


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Desde o v.5 Paulo vem basicamente dizendo para os irmãos se livrarem das coisas do velho homem (imoralidade, impureza, malignidade, etc) e se revestirem das coisas do novo homem (bondade, humildade, mansidão, perdão, amor).

No v. 15, deu duas orientações extremamente úteis para o andar cristão: buscar a paz de Cristo, que deveria agir como árbitro no coração e ser agradecido.

 

Nos v.16-17 ele continua dando instruções práticas para os crentes:

v.16: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo

... a palavra de Cristo: o que é? As palavras de Cristo registradas nos Evangelhos?

Inclui, é claro, mas o termo é geral para as Escrituras, tanto AT como NT.

Todos os livros da Bíblia foram inspirados pelo Espírito Santo.

E o Espírito Santo é também chamado de o Espírito de Cristo.

Portanto, cada palavra foi escrita por supervisão direta da 2ª. Pessoa da Trindade.

Ou seja, as palavras de Cristo na Bíblia não são apenas as frases dEle registradas nos Evangelhos ou literalmente citadas por alguns autores do NT.

Inclusive há Bíblias que tem essas palavras dEle em vermelho.

Mas a rigor, cada palavra na Bíblia pode ser chamada de “palavra de Cristo”.

Nesse sentido, a Bíblia deveria ser toda em letras vermelhas!

 

Habite...: ενοικεω enoikeo: lit. habitar; metaf: viver em alguém e influenciá-lo (para o bem)

Expressão bonita, mais forte que “estudem”, “leiam”, “ouçam” a Palavra de Cristo.

Inclui tudo isso, mas refere-se mais ao EFEITO desse contato com a Bíblia.

 

... ricamente: abundantemente

A Bíblia deve estar arraigada, entranhada na mente e na alma do crente, influenciando-o profundamente.

Só que isso jamais será alcançado por acaso, mas deve ser um alvo a ser perseguido com obstinação, de uma maneira até obcecada: “Eu quero ser e serei um crente altamente influenciado pela Bíblia”.

 

Nesta parte final do versículo entra uma novidade: instruções para serem seguidas entre os crentes, coletivamente:

... instruí-vos (mutuamente)

Dica para conhecer se uma igreja é séria: se está sempre procurando meios para que os crentes sejam melhor instruídos: pregações com conteúdo, aulas boas, estudos em grupo bem dirigidos, grupos específicos, etc.

 

Observe: embora seja o principal responsável, não é apenas o pastor que tem a obrigação de instruir o povo.

Cada um que tem condições deve se dispor a instruir o outro (e, claro, ser instruído).

 

... e aconselhai-vos mutuamente

O que adianta um bocado de crentes super bem instruídos, mas sem interação entre si?

Aproveitarão apenas para si mesmos o que aprenderam.

O aconselhamento é uma consequência natural do aprendizado.

Quando pensar em “aconselhamento”, não pense apenas no pastor no gabinete pastoral oficialmente orientado um crente que pediu ajuda.

Mas numa teia de interações, com conselhos, sugestões, exortações, até mesmo repreensões indo e vindo em todas as direções, formal ou informalmente.

 

Agora, essas instruções e conselhos só terão valor cristão se seguirem um critério:

... em toda a sabedoria

Que sabedoria? Afinal, há dois tipos de sabedoria:

Do mundo: 1Co 1.20; 3.19; 2Co 1.12

De Deus: 1Co 1.21; Rm 11.33

É óbvio que nosso texto trata da sabedoria de Deus, contida na Palavra de Cristo, que deveria habitar ricamente no crente!

Numa igreja onde todos estão ricamente influenciados pela Palavra de Cristo, a sabedoria de Deus flui naturalmente nas instruções e conselhos mútuos.

 

Antes de continuar, uma observação: encher-se da sabedoria de Cristo é apenas um lado da moeda, na vida do crente. O outro é fugir da sabedoria do mundo, que nos cerca!

 

Voltando:

... louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais,

A vida do crente, em termos pessoais, e da igreja, em termos coletivos, não é apenas estudar a Bíblia, instruir a si próprios e os outros, aconselhar-se mutuamente.

Mas também louvar a Deus cantando.

 

Só o fato de Paulo usar três maneiras para falar do cantar cristão, mostra a importância da adoração cantada na vida do crente, tanto pessoal como coletivamente:

Salmos: salmos do VT cantados (embora talvez não exclusivamente)

Hinos: canções solenes, baseadas em doutrinas ou até mesmo partes do NT

Cânticos espirituais:

cântico: ωδη ode: canção, canto, poema para ser cantado.

Termo mais geral que hinos.

Talvez se refira de maneira geral a música orientada pelo Espírito Santo.

 

Assunto de música na igreja é crucial, complexo e não tratarei agora.

Quero apenas dizer que o diabo tem entrado por essa porta para causar grandes estragos na adoração de muitas igrejas cristãs.

E de fato é só uma porta de entrada, pois depois contamina o conteúdo da música (letra e ritmo), o tempo dedicado à música no culto, terminando por colocá-la no centro do culto, numa distorção exagerada da importância da música, à custa da diminuição a pregação.

Igreja séria se preocupa em louvar a Deus com música séria, ou seja, com salmos, hinos e cânticos espirituais. E mantendo o lugar secundário da música na adoração.

 

Com gratidão em vosso coração:

Paulo é tão impressionado com a importância da gratidão a Deus que achou pouco ter encerrado o versículo anterior dizendo “... e sede agradecidos”.

Já falamos bastante sobre gratidão na pregação passada.

 

v.17

E tudo o que fizerdes, ... em palavra,... em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus...

O que significa falar algo ou fazer algo “em nome de Jesus”?

Podemos dizer: “Conforme os ensinos e princípios de Jesus”.

Está correto, mas para ser completa, a resposta deve ser bem mais profunda.

O crente é embaixador de Cristo neste mundo.

E mais: um embaixador tão intimamente ligado com Cristo que Cristo é o seu cabeça, sendo o crente parte do Seu corpo.

Tudo o que o crente diz e faz é como se fosse o próprio Senhor Jesus fazendo.

Quer dizer, pelo menos DEVERIA SER!

Como se Paulo dissesse: “Conscientize-se que você é uma parte, uma porção de Cristo onde quer que você ande, no que quer que você fale, como quer que você aja”.

 

Então, a rigor, quando está cumprindo exatamente o que Paulo manda aqui, o crente bem poderia falar:

“O que eu estou dizendo, é Cristo que quer dizer. Eu falo em nome dEle. O que eu estou fazendo, é Cristo que quer fazer. Estou fazendo em nome dEle”.

 

Irmão, dá para entender o tamanho da sua responsabilidade quando você se identifica como crente no Senhor Jesus Cristo?

Por um lado, envaidece-nos o tamanho do privilégio desse nosso papel aqui no mundo.

Por outro, já pensou no estrago quando você fala ou age de maneira CONTRÁRIA ao que Cristo faria?

Todo dia, peça: “Senhor, que eu realmente fale e aja verdadeiramente, legitimamente em nome do Senhor Jesus”.

 

Voltando:

Antes de se dirigir a grupos específicos (esposas, maridos, pais, filhos, servos e senhores), Paulo encerra essa seção, pela terceira vez em três frases seguidas, tocando no assunto da gratidão.

 

... dando por ele graças a Deus Pai

Só que aqui Paulo aumenta a lente e mostra um detalhe a mais: a gratidão do crente, normalmente, deve ser dirigida à Primeira Pessoa da Trindade, Deus Pai, e agradecendo por algo bem específico: a Segunda Pessoa da Trindade, o Filho, o Senhor Jesus Cristo.

Se quiséssemos aumentar ainda mais a lente, perguntaríamos: agradecer exatamente pelo que, quanto a Cristo?

Se fosse detalhar, teríamos pregação para o ano inteiro!

Mas na pregação passada, quando alistei alguns motivos para sermos agradecidos a Deus, falei rapidamente em darmos graças por Cristo por três motivos:

* Pelo livramento do pecado por meio dEle: Rm 7.23-25
* Pela vitória sobre a morte: 1Co 15.57                

*  Pelo poder e reino de Cristo: Ap 11.15-17

 

O fato é, irmãos, que temos não apenas esta vida mas toda a eternidade para agradecer ao Pai pelo Seu Filho Amado, o nosso bendito Salvador!

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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