PREGAÇÃO

Cristo entra em cena! (Série APOCALIPSE 17 de 75)

Ap 5.1-7      63 minutos      03/06/2018         

Mauro Clark


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João continua descrevendo a sua visão.

v.1

Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.

Já comentamos em 3.10 que a Bíblia fala em livros (da vida, etc).

Quanto a este livro, o que é?

Livro contendo os acontecimentos do fim desta era, incluindo a própria execução do julgamento da humanidade rebelde e a efetivação da redenção dos que foram salvos.

Selado com sete selos: totalmente fechado, só podia ser aberto por alguém autorizado.

 

v.2-4

Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele

 

Estranho: tanto poder ali e o anjo não conseguia encontrar alguém com um certo poder, ou certa condição. Que condição? Abrir um livro!

O que seria abrir o livro? Desencadear e fazer acontecer as coisas lá escritas. Só que as coisas lá escritas envolviam salvação de pecadores condenados.

E em toda a Criação, nem entre os animais, nem entre homens, ou anjos, ou arcanjos, ou seres viventes, ninguém foi encontrado digno, ou seja, em condições de dar salvação a pecadores e transmitir-lhes Vida eterna, conforme registrado no livro.

 

E quanto ao próprio Pai celeste? A rigor, o Pai não estava incluindo na pergunta, pois o livro era dEle mesmo, inclusive estava na mão dEle.

Mesmo assim, haveria um impossibilidade teológica: o próprio Pai decretara que o pecado levaria à morte física e eterna. E para haver redenção espiritual, teria de haver derramamento de sangue humano sem pecado. Mas o Pai não tinha sangue humano!

Aliás, poderíamos dizer o mesmo do Espírito Santo! Ou seja: ninguém podia abrir o livro.

 

Interessante e trágico: no próprio céu, com tanta majestade e brilho e poder, soou uma nota destoante, preocupante, mesmo triste!

 

... e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.

De alguma maneira João achou a situação desesperadora para a raça humana (condenada pelo pecado) e para a própria Criação, amaldiçoada e sofrida!

E chorou muito! (Único choro no céu?!) Algo muito sério ainda precisava ser resolvido.

 

v.5

Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.

Quem falou não foi o anjo que fez a perturbadora pergunta, foi um dos anciãos (homem).

Que alívio, que notícia, que Boas Novas: finalmente surgiu alguém digno de abrir o livro.

O ancião dá dois títulos a esse personagem:

 

1. o Leão da tribo de Judá

... da tribo de Judá: indicava que era um ser humano e um judeu.

Aliás, os dois títulos eram conhecidos títulos messiânicos.

Jacó comparou toda a tribo de Judá a um leão: Gn 49.9-10: feroz, agressivo, poderoso.

Surge agora o principal membro da tribo de Judá, que incorporava em si a figura do Leão.

 

2. a Raiz de Davi

Além de ser da tribo de Judá, o Messias seria descendente de Davi (Is 11.1,10; Jr 23.5-6)

Conforme o NT, Jesus Cristo é esse Personagem: Rm 1:3; 15:12; Ap 22:16

 

Mas, o que o Leão da tribo de Judá fez que o tornou digno de abrir o livro?

A resposta é extremamente simples, uma só palavra:

... venceu.

Mas, venceu com que armas? E venceu quem? Veremos.

 

De repente João vê uma figura que se coloca numa posição central da cena celestial: no meio do trono e entre os 24 anciãos e os 4 seres viventes.

 

v.6

Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto.

Um... Cordeiro? E como tendo sido morto? Mas não é um leão, feroz? Também!

São metáforas que indicam características distintas de um mesmo personagem.

 

como tendo sido morto (não sabemos como a visão evidenciava que havia sido morto).

O fato o Cordeiro passara pela morte novamente identifica o personagem com Jesus Cristo: Jo 1.29, 36; Gn 22.7; Cordeiro pascal: 1Co 5.2 (Ex 12.3-13); At 8.32 (Is 53.7)

Quanto à pergunta Venceu com que armas?, veja a resposta: At 20.28; 1Pe 1.18-19

Para tornar-se apto a abrir o livro, Ele teve que enfrentar uma luta e a venceu. Como? Pela morte, derramando o Seu sangue! O sangue foi a grande arma dEle!

 

E venceu quem? De maneira bem resumida:

* O mundo (sistema maligno, dominado pelo diabo): Jo 16.33

* As obras do diabo: 1Jo 3.8

* O próprio diabo (incluindo a morte): Hb 2.14

 

Voltando, mais detalhes da visão:

De pé: Ideia de saúde, movimento, em contraste com a figura de Deus Pai, sentado.

 

Além da semelhança com um cordeiro, João comenta apenas mais 2 características:

a) Sete chifres

Chifres: símbolo de poder, imponência, agressividade.

Sete: número da perfeição, mostrando muito poder.

 

b) ... bem como 7 olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra

Profunda capacidade de conhecer o que se passa na terra.

7 Espíritos de Deus: o Espírito Santo ou espíritos angelicais que Cristo mandara à terra.

 

Esta é a 2º. descrição que João faz de Jesus Cristo no livro. E são totalmente diferentes!

Na 1ª: corpo humano, belíssimo, vestes longas, cinta de ouro no peito, pés como bronze polido, voz poderosa como de muitas águas, sete estrelas na mão, espiada afiada saindo da boca, rosto brilhando como o sol.

Reação de João: caiu como morto ao pés dEle. E foi carinhosamente consolado.

 

Nesta 2ª: aparência física de Cordeiro, com 7 chifres e sete olhos. Foco aqui não é beleza e glória radiante, mas o fato de ter morrido e ressuscitado e ter adquirido muito poder.

Reação: não houve.

Motivo: na 1ª vez, foi uma manifestação pessoal de Cristo a João, de comunhão íntima.

Na 2ª., João estava apenas como observador, numa cena em que Jesus atuava numa cena pública, para todos no céu verem.

 

Você já deve ter notado que há momentos em que Jesus lhe parece tão íntimo, pessoal, carinhoso, e em outros, lendo a Bíblia ou ouvindo pregação, Ele parece tão ocupado com mil coisas, com tanto poder e glória, com tantos para cuidar e atender, com tantos para julgar e condenar, que parece meio distante de você! Isso é normal, e saudável!

 

v.7:

Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono

Que cena! Pai e Filho descritos fisicamente juntos, embora de maneira misteriosa.

Com o ato de entregar o livro, o Pai aprova o que dissera o ancião, de que o Leão da tribo de Judá, o Cordeiro que havia sido morto, o Filho querido do Pai era digno de abrir o selo.

 

Embora sem palavra registrada entre Pai e Filho, é como se o Pai dissesse:

Toma, Filho, abra o livro e execute tudo o que está escrito aí dentro. Tu és digno disso, Tu conquistaste esse poder. Pode agir, Filho, com toda a autoridade no céu e na terra. Chegou a hora.

Tudo indica que é a mesma cena descrita por Daniel em Dn 7.13-14 (embora sem livro)

 

Seja como for, fico imaginado a alegria no coração do Senhor Jesus Cristo.

Como me foi difícil conquistar esta condição. Como eu amei os que o Pai me deu. Como é agradável à minha alma poder dar posse da vida eterna a eles. E como o meu senso de justiça se satisfaz em condenar à morte eterna os que continuaram rebeldes ao meu Pai e a mim, e ao Espírito Santo e não ouviram a voz dos profetas, a minha voz, a voz dos apóstolos, dos meus discípulos.

Acho provável que esses momentos estavam incluídos na afirmação de Isaias: Is 53.11

 

Voltando:

O Cordeiro toma o livro, imediatamente o abre e começa ato contínuo a Tribulação com todas as suas tragédias. Certo? Não.

Para Deus, havia algo ainda mais importante que o início desse acerto de contas com os incrédulos: adoração. Muita adoração, como veremos na próxima pregação!

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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