PREGAÇÃO

Fúria das nações x fúria de Deus (Série APOCALIPSE 30 de 75)

Ap 11.15-18      64 minutos      23/09/2018         

Mauro Clark


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Após as 6 trombetas e os 2 ais, chegou a hora do anjo tocar a 7ª. trombeta, que é o 3º. ai.

v.15a

O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo...

Este é o oitavo cântico de adoração (doxologia).

Não especifica quem proferiu esse grande brado no céu.

 

O conteúdo é intrigante: o reino do mundo se tornou de nosso Senhor.

Intrigante porque, afinal, Deus não esteve e está sempre no controle?

Sim, mas esse controle incluiu entregar o domínio do mundo ao diabo até um certo ponto, e até um determinado momento.

Lc 4.5-7: Ao falar ela (a glória destes reinos) me foi entregue e a dou a quem eu quiser, desta vez o diabo estava, pelo menos até certo ponto, dizendo a verdade! (Apesar de que o recebimento desse poder incluiu engano, usurpação, mentira).

Se não fosse assim, não teria sido uma real tentação para Jesus.

A tentação para Jesus foi exatamente receber o reino do mundo à parte da cruz!

O diabo era (ainda é hoje):

o príncipe deste mundo (Jo 16.11)

* o deus deste século (2Co 4.4)

o príncipe da potestade do ar, que agora atua nos filhos da desobediência (Ef 2.2).

O mundo inteiro jaz no maligno (NVI: ... está sob o poder do maligno) 1Jo 5.19

 

Pois o momento de Deus reassumir direta e totalmente o controle do mundo, afastando o diabo, estava chegando!

O se tornou deve ser entendido como voltou ao controle total e direto de nosso Senhor e do seu Cristo.

 

Veja que duas Pessoas divinas são citadas como possuindo o reino:

... nosso Senhor: o Pai celestial.

... e do seu Cristo: Cristo aqui é citado como propriedade do Pai! Bonito!

 

v.15b

Final da doxologia: ... e ele reinará pelos séculos dos séculos.

Não diz eles, mas ELE reinará, referindo-se a Cristo.

Mas o Pai está por trás, reinando também, e Cristo recebeu o reino das mãos dEle.

Muitas passagens do VT falaram desse reino futuro: Sl 2; Dn 2.44-45; Zc 14.9

 

Voltando à tentação, fica patética, nauseante, a ideia de Cristo receber o reino do mundo das mãos do diabo, um reino não eterno, um reino com milhões de pecadores, num mundo submerso numa Natureza doente pela maldição do pecado.

E, pior, um reino entregue pelo arqui-inimigo do Pai e para grande desgosto do Pai.

Pois isso, pelo menos teoricamente, é o que teria acontecido se Cristo tivesse cedido à tentação e se apressando em receber logo o que teria sido o arremedo doentio do reino espetacular e eterno, que Ele receberia do Pai. Que contraste!

 

Pois assim é conosco: cada coisa que o diabo nos promete nas tentações, é algo defeituoso, falsificado, no máximo um arremedo do que Deus promete se formos fiéis.

Irmão, você não precisa de absolutamente nada que o diabo lhe oferece ou lhe promete. Pode parecer bonito, apetitoso, incrivelmente desejável e fundamental para a sua felicidade ou bem-estar. Mas é ilusão, é mentira, é uma pedra de tropeço.

Sim, pode até dar algum prazer momentâneo, mas ao custo altíssimo de entristecer o Pai e perder coisas muito mais preciosas, santas e duradouras.

 

v.16

E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus...

 

Profundamente tocados pelo conteúdo das vozes, os 24 anciãos se levantam dos seus tronos, se prostram diante de Deus e proclamam o 9º cântico de adoração de Apocalipse.

O cântico é feito de duas partes:

 

1ª parte: Oração de agradecimento.

v.17

... dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.

A quem os anciãos se dirigem e pelo que agradecem?

Tudo indica que se dirigem ao Pai, aproveitando para realçar dois atributos divinos: onipotência (Todo-Poderoso) e eternidade (que és e que eras).

E, quase repetindo o que as vozes haviam dito, agradecem que Deus resolveu assumir o Seu grande poder e agora estava passando a reinar.

 

Duas lições valiosas para aperfeiçoar suas orações:

* Acostume-se a exaltar atributos de Deus

* Agradeça, agradeça e agradeça!

 

2ª parte da doxologia: Explicação do que estava acontecendo:

v.18ª: ... as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira...

É uma pena quando os tradutores, numa mesma frase, traduzem diferentemente uma mesma palavra no grego.

enfureceram e ira são exatamente a mesma raiz.

É como se fosse: As nações de enfureceram, chegou, porém, o teu furor.

ou As nações se iraram, chegou, porém, a tua ira.

A chave é a ira das nações contra a ira de Deus. Enfatizo o tua: Chegou, porém, a TUA ira.

Detalhe: a ira das nações contra Deus está na terra há muito tempo, aliás, desde que o pecado entrou no mundo: Sl 2.1-3; Sl 83.1-5

Quanto à ira de Deus, só ocasionalmente tem sido demonstrada ao longo da História, em termos de grandes julgamentos.

Mas apenas como uma amostra do que viria.

Chegaria o dia da ira de Deus ser plenamente derramada sobre a humanidade pecadora: Sl 2.5, 12Is 34.1-10; Is 63.1-6; 26.19-21; Is 8.9

Pois esse Dia chegou!

E agora, nações? Agora é ira contra ira. Querem medir forças?

O pior (e inacreditável!) é que é exatamente isso o que farão no final da Tribulação ao juntarem exércitos para lutarem contra Deus, no Armagedon, como veremos.

 

Pena que não enxergam o que é que chega junto com a ira de Deus:

v.18b: ...e (chegou) o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra.

 

Junto com a ira de Deus, chegará o tempo para Deus resolver de modo definitivo a situação eterna dos seres humanos.

(Não são eventos obrigatoriamente simultâneos e que se realizarão de imediato).

 

1. ... para serem julgados os mortos

Não sabemos se envolve todos os mortos (crentes e descrentes), ou se apenas os descrentes (pois a rigor os crentes já foram julgados em Cristo).

Descrentes: final do Milênio, grande Trono Branco: Ap 20.11-12. Veremos lá

 

Importante: as tragédias e flagelos, tanto ao longo da História como especialmente concentradas na Tribulação, tudo isso é apenas uma pequena amostra da ira de Deus.

Na realidade, a ira de Deus é total e plenamente satisfeita apenas no julgamento final de cada alma rebelde, condenada ao sofrimento eterno no lago de fogo.

 

2. ... para se dar o galardão... a três tipos de pessoas:

... aos teus servos, os profetas... aos santos... aos que temem o teu nome

Ou seja, a todos os crentes de todas as épocas: antes de Israel, durante Israel, após o afastamento provisório de Israel e durante a Igreja, novamente durante Israel no milênio e os gentios convertidos no Milênio.

Para o descrente, julgamento (condenação), mas para o crente, galardão!

Galardão: gr. μισθος misthos: Lit.: valor pago pelo trabalho, salário. Fig: nos dois sentidos: recompensas e punições.

Quando se refere a crentes, obviamente se refere a recompensas, prêmios. Não sabemos praticamente nada sobre a natureza desses galardões.

Épocas: Bíblia não especifica. Tudo indica que no início e no final do Milênio.

 

3. ... para destruíres os que destroem a terra

destruir: διαφθειρω diaphtheiro: mudar para pior, corromper, destruir, arruinar, matar

Ideia é de vingança divina: Rm 12.19; Dt 32.25; Sl 94.1-3

Como se Deus dissesse: Destroem a minha terra? Pois eu destruo vocês!

Destruir inclui matar (fisicamente) e fazer perecer no inferno, espiritualmente.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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