PREGAÇÃO

Seguidores do Cordeiro (Série APOCALIPSE 39 de 75)

Ap 14.1-5      54 minutos      20/01/2019         

Mauro Clark


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v.1

Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.

 

As duas últimas vezes que João disse “olhei”, referiu-se ao anticristo e ao falso profeta.

Agora é um bálsamo quando diz que “olhei” e viu o próprio Cordeiro, Jesus Cristo.

... sobre o monte Sião:

Alguns acham que é o monte Sião no sentido espiritual e João viu uma cena celestial, em que os 144 mil já haviam sido martirizados. Outros (como eu) pensam ser uma visão de Jesus no monte Sião, em Jerusalém.

Entre esses, uns sugerem que João foi à frente no tempo e esta cena se passa depois da volta de Cristo, já no início do milênio. Nesse caso, os 144 mil não morreram durante a Tribulação e entrarão no milênio vivos e continuarão pregando milênio adentro.

 

Ou talvez não se trata ainda do retorno dEle, mas “apenas” de uma visão dada a João.

Nesse caso, Cristo ainda não teria efetivamente voltado, e os 144 mil ainda estavam em plena atividade na terra, embora já no finalzinho.

 

Seja como for, é a primeira vez que Cristo é visto por João em algum lugar, depois da referência a Ele quando abriu o sétimo selo, é no meio do trono do Pai (7.17).

Mas a ênfase da cena não é nem o Cordeiro, mas em quem estava com Ele:

... e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.

Impossível não contrastar imediatamente com a marca do anticristo (nome e número) colocada na fronte e na mão direita dos que lhe prestavam obediência.

Ou seja, enquanto o anticristo e o seu falso profeta, comandados pelo diabo, dominavam a terra com mão de ferro, iludindo a humanidade, levando-a à idolatria dele próprio, perseguindo judeus e crentes, Jesus Cristo também estava agindo, fazendo com que o Evangelho não deixasse de ser pregado durante todo o tempo, o seria exatamente a missão dos 144 mil selados.

Aliás, eles estão aqui voltando à cena, pois já haviam aparecido no cap. 7.3-8, no início da Tribulação.

 

Relembrando o que falamos sobre eles lá:

Eram servos de Deus (crentes em Cristo) e judeus, pertencentes às doze tribos de Israel (eram judeus fisicamente, de sangue, separados por Deus pela respectiva tribo).

O que era esse “selar”? Ter fisicamente gravado na testa o próprio nome e o nome do Pai (14.1), indicando ser crente, reservado para uma tarefa especial e devidamente protegido enquanto durar o ministério.

 

Parece que esses 144.000 judeus crentes foram selados para levar o Evangelho aos outros judeus, o antigo povo escolhido de Deus, que começava a se voltar para Cristo!

Bem no final da Tribulação Israel será fortemente perseguido pelo Anticristo e dois terços da população do país será morta. Inclusive, já podia estar acontecendo.

E não será destruído porque o Messias voltará.

Haverá uma conversão em massa dos judeus.

Alguns chegam a chamar esses 144 mil de missionários.

Seja como for, são homens muito especiais para Deus, como João descreve agora:

 

v.2-5

2 Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. 3 Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. 4 São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; 5 e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.

 

Onde se passou isso? Praticamente impossível especificar. Há muitas opiniões.

Após falar de ter visto Jesus e os 144 mil, no monte Sião, em Jerusalém, João passa a descrever cena musical no céu, que ele ouviu.

Falou de uma voz muito poderosa, depois de muitas vozes, formando um coro de harpistas (não sabemos se as vozes deles pareciam com som de harpas, ou se eram acompanhadas pelo som das próprias harpas).

Seja como for, as vozes entoavam um cântico novo diante do trono (ou seja, do Pai), dos 4 seres viventes e dos 24 anciãos.

Só que ninguém conseguia compreender o cântico, além dos 144 mil.

Da multidão de anjos e almas redimidas que devia estar ouvindo, ninguém entendeu.

Não é claro se Cristo e os 144 mil haviam sido trasladados para o céu, diante do trono, ou se permaneciam sobre o monte Sião e foi de lá que ouviram o coro celestial.

O certo é que apenas eles compreenderam: ou o cântico foi feito numa linguagem especial, que só eles compreendiam, ou as palavras eram compreendidas pelos outros, mas o significado da mensagem era do alcance apenas dos 144 mil.

De qualquer modo, uma compreensão personalizada!

 

Aliás, no céu, de fato haverá toques pessoais para cada um de nós.

* Os galardões e recompensas serão personalizados - 1Co 3.8; Ef 6.5-8

* O louvor que receberemos do próprio Deus será personalizado – 1Co 4.5

* A pedrinha branca de Ap 2.17 terá um nome que somente o recebedor saberá.

 

Lição: Além de se considerar parte de um grande grupo, um simples membro de um Corpo, pense também em si mesmo como sendo ÚNICO diante de Deus.

E desenvolva um relacionamento ÚNICO com Ele, uma comunhão ÚNICA com Cristo!

 

Voltando: Seguem sete características dos 144 mil.

(Dificuldade: como João usa verbos no passado e no presente, não sabemos se fala do presente deles, ou seja, da atuação dos 144 mil na terra, naqueles dias, ou se fala do passado deles - como eles haviam sido na terra, estando agora no céu, depois de mortos pela perseguição do anticristo).

 

Foram comprados da terra. Comprados, obviamente, com o sangue de Cristo (1Pe 1.8-19) – como aliás, todo crente.

 

não se macularam com mulheres, porque são castos (lit. virgens).

Alguns acham que “virgem” é no sentido espiritual, ou seja, sem idolatria.

Mas não entendo como pode ser assim, já que fala em relações com mulheres.

Outros sugerem “virgem” no sentido de castidade e, se  casados, seriam fieis às esposas.

O mais provável é que fossem solteiros, de comportamento físico e moral perfeito, altamente santificados.

Seja como for, é importante lembrar que casar não significa ser contaminado com mulher. Casamento é instituição abençoada por Deus e relação sexual com a esposa é aprovado.

Por outro lado, o estado de solteiro é mais apropriado para uma dedicação mais profunda às coisas do alto. Pode ter sido o caso aqui.

 

São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá.

Os comentaristas falam apenas em “seguir” no sentido espiritual. E obviamente pode ser.

Mas se ficarmos com o sentido literal, temos aqui algo interessante: ideia de Cristo se deslocar, circular por vários lugares.

A maioria das referências de Cristo no céu é parado, ora sentado no trono, ora em pé, ora à direita de Deus, ora no meio do trono de Deus.

Mas nem todas! Ele nos guiará para as fontes da água da vida: Ap 7.17; Sl 23.1-2 (Is 49.8-10)

E aqui pode estar falando de deslocamentos dEle, sendo seguido pelos 144 mil (ou no céu, caso estejam lá ou na terra, no milênio).

Uma coisa é certa: é muito estimulante a ideia de Cristo se deslocar e permitir ser seguido pelos discípulos (pelo menos por alguns!).

 

São os que foram redimidos dentre os homens

redimidos: = comprados do v.3 (αγοραζω agorazo). Quase repetição do v. 3.

 

primícias para Deus e para o Cordeiro

primícias: ἀπαρχή aparche: “Primariamente: “oferta dos primeiros frutos”. Em termos espirituais:

a. presença do Espírito Santo com o crente, como primícia da grande colheita na cruz.

b. ao próprio Cristo, ressuscitado, em relação a todos os crentes que morreram.

c. Aos primeiros crentes de um país, em relação aos outros conterrâneos que se converterão depois.

d. Aos crentes de uma certa geração, em relação a todos os redimidos”.

William Vine

 

Esses homens eram de maneira especial dedicados e consagrados ao Pai Celestial e ao Cordeiro, especialmente como os primeiros da conversão em massa dos judeus.

 

não se achou mentira na sua boca

Tamanho destaque dessa virtude cristã certamente mostra o quão raro era a verdade naqueles dias de impostura, falsidade.

Além disso, em termos gerais, mostra a importância para Deus de se dizer a verdade.

 

não têm mácula (lit. mancha, marca; fig: vergonha, desgraça moral)

Não apenas repetição que eram sexualmente puros, mas no sentido mais amplo, homens sem mancha, moralmente aprovados, comportamento excelente, altamente santificados.

 

Sejam quem forem esses irmãos em Cristo, é bonito como Deus os distinguiu de modo tão forte em Apocalipse. Ah, como eles conseguiram agradá-Lo!

 

Está com inveja? Ótimo! Pois imite-os! Seja como eles (dentro das circunstâncias).

De vez em quando, veja a relação das características deles: servos de Deus, comprados pelo sangue de Cristo, sexualmente puros, seguidores de Cristo, primícias para Deus, verdadeiros no que falam e no que fazem, sem mancha moral.

E peça poder do Espírito Santo para ser assim também, para a honra de Cordeiro!

 

Que Deus nos abençoe. Amém

 

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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