PREGAÇÃO

Bendito, bendito e bendito!

Lc 19.29-40      46 minutos      25/03/2012         

Mauro Clark


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29 Ora, aconteceu que, ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, 30 dizendo-lhes: Ide à aldeia fronteira e ali, ao entrardes, achareis preso um jumentinho que jamais homem algum montou; soltai-o e trazei-o. 31 Se alguém vos perguntar: Por que o soltais? Respondereis assim: Porque o Senhor precisa dele. 32 E, indo os que foram mandados, acharam segundo lhes dissera Jesus. 33 Quando eles estavam soltando o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que o soltais? 34 Responderam: Porque o Senhor precisa dele. 35 Então, o trouxeram e, pondo as suas vestes sobre ele, ajudaram Jesus a montar. 36 Indo ele, estendiam no caminho as suas vestes. 37 E, quando se aproximava da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto, 38 dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas! 39 Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre, repreende os teus discípulos! 40 Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.
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Esta é a 2a. pregação sobre essa passagem.

Observemos 6 pontos:
1) Três maneiras como aclamaram o Senhor Jesus
a) o que vem em nome do Senhor (Mc, Mt)
Citação de Sl 118.26. Este salmo (messiânico) era um dos salmos cantados na Páscoa. Ou seja: Jesus é implicitamente identificado como o Messias que haveria de vir.
Hosana: “Salve!” e/ou “Ajude-nos!”

b) Filho de Davi - Mt
Expressão messiânica. A identificação de Jesus com o Messias é mais explícita.

c) o Rei que vem em nome do Senhor - Lc e Jo
Explicitamente chamado de rei (de Israel, em João).
Nós, pré-milenistas, estamos convictos de que essa expressão é literal: ou seja, Cristo, o enviado de Deus reinará sobre o país chamado Israel. 

Há uma palavra com que Jesus foi chamado, que comentarei no final. 

2) Até aqui Jesus tinha rejeitado ser aclamado como o Messias.
Ao contrário: evitava e até proibia. Lc 4.35, 41; Mc 3.11-12
Ou porque poderia causar oposição que impediria de fazer o que precisava, ou porque as multidões seriam ainda maiores e dificultariam seu ministério. Mas chegara a hora de revelar-Se publicamente. E assim, deixa-Se abertamente chamar de Rei e de Messias.
Aliás, fazer as coisas no tempo certo é muito útil e precisa da sabedoria de Deus.

3) Recebeu títulos tão nobres mesmo estando sentado num jumentinho.
O contraste é tão gritante que a cena não deixava de ser esquisita!
Claro que um jumento é um animal inadequado para um rei entrar numa cidade. Não há qualquer pompa, majestade, glória - como numa carruagem ou belo cavalo.
Mas isso refletia bem o contraste entre a sua nobreza, autoridade e dignidade com a sua HUMILDADE, seu estado de humilhação como um todo. Ele era Rei, sim, mas não desse mundo. Se estar montado num jumentinho o diferenciava dos outros reis, ótimo!
Ele era Rei de Israel, sim, reinaria um dia, mas com um poder, uma autoridade, uma missão, um propósito, uma dignidade, uma santidade muito diferente de reis anteriores - mesmo do próprio Davi, de quem era descendente. 

Ainda hoje a história de Jesus soa um pouco esquisita. Quando neste mundo, Ele era um homem sofredor, pobre, traído e, depois, morto.
Ora, essa é uma imagem que não combina com quem é Deus! Mas serve para mostrar o quanto Ele se rebaixou para se tornar o Salvador.
E o tamanho do rebaixamento dEle indica o tamanho da condenação da qual nos livrou. E o tamanho do AMOR que Ele mostrou por nós. 

Só que é bom lembrar que aquele estado sofredor de Cristo já passou. Hoje Ele está à direita do Pai, com todo poder e autoridade no céu e na Terra. No futuro, voltará com a espada: Ap 19.11-16
O caráter bondoso e amoroso dEle, obviamente, é o mesmo. Mas justiça e vingança também fazem parte do caráter de Deus. 

4) A multidão de peregrinos que iam para a Páscoa em Jerusalém, em sua maioria não cria nEle como Salvador pessoal.
Estavam apenas entusiasmados com os milagres dEle (Lc 19.37).
Não que estivessem sendo falsos ao aclamarem-No.  Mas apenas uma euforia superficial e passageira. Cinco dias depois aquelas mesmas pessoas gritavam:Crucifica-O!

O Cristianismo é a maior religião do planeta (2,3 bilhões, um terço do total).
Mas é um cristianismo apenas de nome. A maioria não obedece a Cristo, não O tem no coração.
Não que todos sejam falsos ou hipócritas. A maioria não é.  Mas são “cristãos” sem saberem o que exatamente significa isso e por motivos variados, mas não o de realmente adorarem a Jesus Cristo com toda a força do coração.
Mesmo assim, essa esmagadora massa de gente serve para demonstrar o poder, a glória do Filho de Deus. Do modo como toda aquela multidão, mesmo sem crer nEle, serviu para atestar que Ele era Rei e Messias.

5) Cristo tinha de ser aclamado
Os fariseus reclamaram: Mestre, repreende os teus discípulos (Mt)
Resposta: Se estes se calarem, as pedras clamarão.
Em outras palavras: “O Filho de Deus de modo algum vai hoje ficar sem testemunho. Vão matá-Lo daqui a poucos dias, mas estarão matando a Quem eles mesmo reconheceram que era o Rei deles.
Essa entrada triunfal era então absolutamente necessária no ministério de Jesus (além de ser cumprimento de duas profecias - Zc 9.9 e Sl 118.26).

Centenas de reis, papas, generais, ditadores, ao longo desses 20 séculos, já  tentaram calar os discípulos de Jesus. Mas o Evangelho tinha e ainda tem de ser pregado de qualquer forma.  E o plano de Deus é que ele seja pregado pelos salvos.
É responsabilidade do crente não calar - nem que isso lhe custe a vida!

Claro que eu poderia dizer: “Se vocês emudecerem, Deus poderá fazer as pedras pregarem o Evangelho”.
Mas essa é uma maneira de afirmar o poder de Deus e a necessidade que os planos dEle se cumpram.  Na prática, Deus não fica mandando pedras fazerem o que é dever dos filhos dEle. E se não fizerem, estarão desonrando a Deus e prejudicando o reino dEle.

6) Uma pequena minoria (pequenino rebanho - Lc 12.32) creu nEle, mesmo humildemente montado num jumentinho.
Hoje, apenas uma pequena minoria do enorme Cristianismo de fato crê nEle.
Mesmo que a imagem de Servo humilde e sofredor, quando na Terra, não se encaixe bem para um Rei divino, os crentes crêem em tudo o que está escrito sobre Ele a ponto de Lhe entregarem toda a sua vida.
É um privilégio, irmãos, fazermos parte dessa minoria!

Termino com uma observação. Fiquei de comentar no final sobre uma certa qualificação feita a Jesus:
Bendito: nos quatro Evangelhos, Jesus foi chamado de Bendito, pela multidão.
Bendito o Messias, bendito o Rei de Israel, bendito o Filho de Davi.
E poderíamos continuar noite adentro: bendito o eterno Deus Filho, a segunda Pessoa da Trindade. Bendito o bebê, o menino, o adolescente, o adulto Jesus de Nazaré. Bendito o nosso Salvador. Bendito o grande vencedor da morte e de Satanás. E a lista não teria fim.

Espero que, do jeito que seu corpo precisa se alimentar todo dia, o seu coração se alimente todo dia, com a profunda convicção do quão BENDITO é Jesus.  E que a sua boca tenha o privilégio de espalhar isso aos quatro ventos. As pedras que nos perdoem, mas jamais daremos as elas esse privilégio!

E você, amigo, abra o seu coração para esse bendito Senhor Jesus Cristo!

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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