PREGAÇÃO

José: bênçãos... na prisão? (Séries GÊNESIS 43 de 55 e JOSÉ 3 de 14)

Gn 39.20-40.23      65 minutos      08/05/2016         

Mauro Clark


headset Ouça
cloud_download Baixe
print Imprima
pregação close José: bênçãos... na prisão? (Séries GÊNESIS 43 de 55 e JOSÉ 3 de 14)
volume_upReproduzindo o áudio na barra inferior

v.21-23

O relato de José na prisão começa exatamente do modo como iniciou o relato dele na casa de Potifar: O Senhor era com ele.

No v. 23 a mesma afirmação.

O autor (Moisés) insiste em ENFATIZAR que os problemas de José (que ainda estavam longe de terminar) existiam lado a lado com a graça e atenção de Deus sobre ele.

Comentamos isso em detalhes na pregação passada.

 

Entremos agora com José na prisão.

Pela lógica, o carcereiro tinha razões de sobra para tratar José muito mal: estrangeiro, ingrato ao comandante da guarda do Faraó, imoral, cínico.

E no início, foi o que aconteceu: Sl 105.16-19

 

Mas depois “algo” aconteceu para o carcereiro gostar muito dele: mão de Deus.

E a simpatia tornou-se confiança, a ponto de lhe entregar algumas tarefas do presidio.

 

É evidente o paralelo com o que aconteceu com o próprio Potifar: confiança em José.

E isso não foi por acaso. Ao contrário: vemos se delineando um padrão no plano de Deus.

Deus providenciou para que Potifar, no início, e agora o carcereiro, gostasse de José.

É o que se poderia chamar de “simpatia encomendada”: “Goste desse rapaz”, e pronto!

 

Não é raro ouvirmos testemunhos de crentes que, em momentos difíceis, aparecem certas pessoas que, sem motivo aparente, dão uma grande ajuda!

Pois saiba que não é à toa que essas coisas acontecem.

É o nosso Deus protegendo o seu santo, aliviando-o na hora da angústia. Ele não prometeu fazer exatamente isto? Sl 37.28a

 

Uma das tarefas de José na prisão era cuidar dos outros presos.

Veja que chance ele teve de conviver com homens totalmente alienados da sociedade, isolados, pecadores, extremamente necessitados de Deus.

Nessa convivência, ele teve oportunidade dupla:

* Falar de Deus (“evangelizar”)

* Mostrar como um santo deve viver - Brilhe a vossa luz...: Mt 5.16

 

É comum Deus sacrificar o bem-estar do crente (até mesmo a saúde), para proporcionar a ele a oportunidade de pregar o Evangelho e de mostrar como um santo se comporta em  momentos críticos.

 

Pena é quando você se perturba ou lamenta tanto no sofrimento que nem tem tempo e nem paz para notar que Deus tinha uma tarefa para você, você tinha um serviço para fazer antes de sair daquela situação.

 

Vejamos José em ação.

Cap. 40.1-7

v.3: O comandante da guarda era Potifar. Parece que a prisão era anexa à casa dele.

Veja que o próprio Potifar colocou José para ser chefe dos dois presos do Faraó!

Tudo indica que Potifar já havia amolecido com relação a José.

 

v.6-7

José notou os dois homens tristes e tomou a iniciativa de perguntar o que houve.

Paremos um pouco aqui.

Imagine que, em vez de José, VOCÊ estivesse naquela prisão.

O que você teria feito?

Antes disso: O que você faz quando está tudo bem e você vê um...

* colega triste na escola?

* irmão cabisbaixo triste na igreja?

Dá uma tapinha nas costas, finge que não notou e diz: Tudo jóia?

 

Ora, se você faz assim com um irmão em Cristo, quando está tudo tranquilo, imagine como seria você em outro país, longe de casa, com saudades do pai, preso injustamente!

Talvez pensasse: “Tenho lá condições de tratar problemas dos outros. Bastam os meus!”

 

Ah, irmãos, se José tivesse agido assim, a história dele seria bem diferente.

Mas não foi essa a atitude dele. José era atento às pessoas.

Já comentamos com a alta consideração dele com Potifar. Agora o vemos preocupado com os colegas de prisão.

 

Interessante é que ele mesmo lucrou com aquela ajuda. Saiu da prisão exatamente porque fez aquele favor.

 

v.8

Os homens estavam tristes por causa do sonho e ninguém conseguia interpretar.

Ora, sonho era “o forte” de José. Usando expressão neo-testamentária, era o dom dele.

 

Só que apenas dizer que era o dom, não explica toda a atitude positiva de José.

Ele poderia agir com...

* Orgulho: “Essa é mole; deixa comigo”!

* Insinceridade para se valorizar: “Essa é difícil, mas vou tentar”

* Preguiça “Dá para desvendar, mas estou cansado. Depois”.

 

Nada disso. José agiu como um crente deve agir quando o assunto é empregar um DOM com o propósito de servir, de ajudar outras pessoas:

* Disposição imediata de ajudar

* Honestidade: O que eu farei é pelo poder de Deus. O crédito é de Deus.

* Humildade, deixando claro que o poder não era dele.

 

Você é daqueles que sabe que o seu dom vem de Deus? E gosta de deixar isso claro?

E está disposto a utilizar esse dom a qualquer hora?

 

Depois de dizer que as interpretações pertencem a Deus, José disse com ousadia:

Contai-me o sonho

Como se dissesse: É Deus quem vai interpretar, mas Ele fará isso por meu intermédio.

 

Duas coisas:

1. Ao afirmar que Deus interpretaria os sonhos por intermédio dele, José toca no princípio de que Deus, em geral, se revela aos seres humanos através de outros seres humanos, especialmente dos Seus escolhidos.

E essa revelação, embora no passado incluísse sonhos, profecias, visões, é feita hoje quase totalmente pela pregação e ensino da Bíblia, a Palavra de Deus escrita.

Num certo sentido, Deus se autolimitou, deixando a revelação dEle a cargo do desempenho pessoal de cada crente.

Veja o peso sobre você, crente: se o seu desempenho for fraco, a revelação de Deus será transmitida de forma fraca!

(Não estou considerando o trabalho interno do Espírito Santo no coração de quem ouve).

Mas em termos de responsabilidade pessoal, Deus conta com VOCÊ para fazer a obra dEle e beneficiar certas pessoas. É um trabalho de equipe. E você faz parte da equipe!

Não preciso lembrar que um membro fraco numa equipe, torna toda a equipe fraca.

 

2. A convicção de José de que seria, mais uma vez, usado por Deus naquele momento.

É bonita a ousadia com que diz Contai-me o sonho.

Lembra a ousadia de Davi, sobre Golias: 1Sm 17.26, 45-47

 

Qual o seu grau de CONVICÇÃO de que Deus conta com você para servir no reino dEle?

E que tipo de serviço especificamente você tem feito até hoje? E faz atualmente?

Não se preocupe se não conseguir responder com muita exatidão.

Mas preocupe-se, sim, se esse assunto não está nos seus pensamentos.

Isso é coisa séria, pois é altíssima prioridade na vida do crente servir a Cristo.

Pense nisso, converse com Ele, se ofereça, seja ousado: “Isso eu vou fazer, Senhor!

 

v.9-22

José interpreta os sonhos com precisão.

Interessante: deixou claro que estava ansioso para sair daquela prisão horrível.
Ele não estava lá feliz da vida, se achando um grande servo de Deus porque estava sendo duramente testado.
O fato de ter sido fiel, não significa que estava satisfeito.

É normal e humano você querer sair de uma situação desagradável.

Apenas tenha cuidado com a atitude.

Não vemos José murmurando, mal-humorado. Ao contrário: ele falou bem de Deus.

 

v.23

Foi esquecido pelo copeiro-chefe, ingrato.
Tudo bem que o copeiro esquecesse dele. Mas, e Deus? Esqueceu também?
Por que Deus não fez com que o copeiro se lembrasse?
Respondo com o mesmo comentário do domingo passado: as bênçãos terrenas indicam de maneira limitada o favor de Deus, pois podem ser provisórias e circunstanciais.

Mas as bênçãos que mostram na essência a proteção de Deus são no nível espiritual.

É evidente que Deus não quis, neste momento, abençoar José com a saída da prisão.

Mas também é evidente que Deus continuou abençoando José com poder espiritual, dando-lhe fidelidade e perseverança.

Ao sair da prisão, dois anos depois, José continuou tão fiel a Deus como antes.

 

Como você reagiria na sua atitude com Deus, depois de Ele permitir que você fosse esquecido por dois anos numa prisão asquerosa?

 

Que Deus nos abençoe com tantas lições. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
FalandodeCristo © 2004-2024
"... pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus."
1 Co 1.24b
close
Ministério Falando de Cristo © 2004-2024 - www.falandodecristo.com
"... pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus." 1 Co 1.24b