PREGAÇÃO

Lições de Jesus sobre a ressurreição

Mt 22.23-33      58 minutos      09/04/2023         

Mauro Clark


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Neste episódio, Jesus é duramente testado pelos saduceus, que formavam um poderoso grupo religioso de sacerdotes, influentes e ricos, que não criam na ressurreição, em espíritos e nem em anjos (At 23.8). Foram muito hostis a Cristo.

 

Foram sagazes e maliciosos ao se utilizarem da Lei de Moisés (que consideravam acima de todo o restante do AT).

Talvez o propósito deles fosse mostrar que a ressurreição não é razoável e que a própria Lei de Moisés tem prescrições incompatíveis com a ressurreição.

Se conseguissem esse objetivo, desmoralizariam o ministério de Jesus.

 

Antes de responder diretamente à pergunta, Jesus declara:

Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.

A primeira palavra da resposta é uma bomba sozinha: Errais!

Dizer isso para as vossas excelências, os saduceus, é muita coragem, que já comentamos em outra pregação (msg 1851)

 

Mas em que se constituía o erro? Em não conhecerem as Escrituras e o poder de Deus.

Importante: “Conhecer” aqui tem também o sentido de estar envolvido, comprometido com algo que leva a sério, até mesmo crer.

 

1) As Escrituras

Se conhecessem melhor o Velho Testamento, veriam que ali está ensinada a doutrina da ressurreição (com graus de clareza variáveis, mas está lá!):

Jó 19:25–27; Sl 16:9–11; Sl 17:15; Sl 49:14-15; Sl 73:25-26; Is 25:8 com 1Co 15.54;

Is 26:19; Dn 12:2-3; Os 13:14 com 1Co 15.55

 

Além disso, saberiam também que as características da vida ressurreta são diferentes da vida aqui.

A própria descrição de muitos anjos no Velho Testamento já implicava que são seres bem diferentes da nossa composição física.

Na esfera espiritual não haverá necessidade de reprodução física como neste mundo.

 

A rigor, Jesus poderia parar aqui porque a pergunta já havia sido respondida.

Mas Ele vai além e toca na ferida do problema: os saduceus não criam na ressurreição porque não levavam a sério um segundo fator:

 

2) O poder de Deus

A maneira de Jesus provar isso foi muito inteligente.

Ao usarem Moises para basear a sua pergunta, os saduceus automaticamente reconheceram a autoridade de Moisés e a veracidade do Pentateuco.

Então Jesus utiliza exatamente o Pentateuco, numa passagem em que Deus fala diretamente com Moisés: Êx 3.6.

O argumento é de uma lógica cristalina e irrefutável:

Deus disse: EU SOU (e não “Eu fui”) o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó – centenas de anos depois que os três haviam morrido!

Mas se Deus não é Deus de mortos e, sim, de vivos, então é evidente que Abraão, Isaque e Jacó estavam vivos!

E se estão vivos depois de terem morrido, é porque Deus os ressuscitou!

A questão é que é preciso crer que Deus tem poder para isso. E os saduceus não criam!

 

Na passagem paralela de Lc 20.35-36, Jesus desenvolve um pouco mais este ponto.

Em resumo, ele destaca que nem todos alcançarão a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos, mas apenas os que são havidos por dignos.

Essa “dignidade para alcançar a ressurreição” vem por Cristo:

Jo 11.25:  Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.

 

Jesus alista 4 características desses que serão ressuscitados para a vida eterna:

1) Não podem mais morrer. Estarão para sempre com Deus.

2) São iguais aos anjos (nesse sentido de não mais morrer).

3) São filhos de Deus. (Observe que nem todo ser humano é filho de Deus).

4) São filhos da ressurreição.

 

E é precisamente aqui onde está a pedra de tropeço dos saduceus: não conheciam, não criam no poder de Deus para ressuscitar pessoas. Esse era o principal erro deles.

 

É interessante ver a reação de 3 grupos. Juntemos, então, os relatos de Mateus e Lucas:

* As multidões. Ficaram maravilhadas com a doutrina, o ensino de Jesus.

* Alguns dos escribas. Apoiaram Jesus: Mestre, disseste bem.

* Saduceus: não ousaram Lhe perguntar mais nada.

 

O grande erro de muitos pode ser resumido exatamente como Jesus falou dos saduceus:

a) Não conhecem as Escrituras com intimidade, não pesquisam, não se empenham em compreendê-las com o fim de obedecerem.

Muitos não “mergulham” na Bíblia porque não têm interesse em seguí-la.

Mas não sabem o que estão perdendo.

Os grandes males da humanidade são facilmente explicáveis à luz da Bíblia: o ataque à Natureza (que os ecologistas entendem mal e reagem pior ainda); a miséria, as guerras, a fome, o crime.

Mas como não querem conhecê-la, não sabem onde está a explicação real desses males.

Tendo a ignorância a lhes dar o rumo, os homens terminam por adotarem soluções erradas, baseadas em todo tipo de filosofia, de política, de idéias, de opiniões - como cegos rodando em volta à procura de algo que caiu no chão.

 

Para piorar, grande parte do sofrimento humano vem do medo da morte.

Se conhecessem e cressem na Bíblia, seria o contrário: compreenderiam que a morte é a ponte para chegar-se a Cristo! Afinal, Ele ressuscitou e nós ressuscitaremos também!

 

b) Não conhecem o poder de Deus.

Tem gente que conhece bem as narrativas da Bíblia.

Mas não crê no poder de Deus para realizar as coisas que estão relatadas.

- Uma serpente falar, um mar se abrir, um morto ressuscitar? Negativo!

 

Quero dar mais um sentido à expressão “não conhece o poder de Deus”: um sentido EXPERIMENTAL.

Essas pessoas que não conhecem as Escrituras, na realidade...

... não conhecem por experiência própria o poder de Deus nos próprios corações.  

... não sabem o que é convicção e arrependimento de pecados e por conseguinte o valor do perdão desses pecados.

... não sabem o que é enxergar Jesus Cristo pela fé.

... não sabem o que é entregar-se a Ele com todas as forças da mais profunda convicção.

 

E pensar que para conseguir essas coisas basta abrir o coração para a Palavra de Deus. Entregar-se ao conhecimento da essência das Escrituras. Sem tabu, sem preconceitos. De coração aberto.

Quem fizer isso, com certeza vai começar a sentir confiança no PODER de Deus.

Primeiro para realizar as coisas que a Bíblia diz. E finalmente dentro da própria alma!

 

Não reaja a esta pregação como os saduceus, que simplesmente se recusaram a falar de novo no assunto.

Faça com as multidões, que ficaram maravilhadas!

Maravilhe-se com o amor de Cristo pelos pecadores. Experimente esse amor na sua vida!

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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