PREGAÇÃO

Dignos cidadãos do reino de Deus

Fp 1.27-30      52 minutos      15/02/2009         

Mauro Clark


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27 Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica;
28 e que em nada estais intimidados pelos adversários. Pois o que é para eles prova evidente de perdição é, para vós outros, de salvação, e isto da parte de Deus.
29 Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele,
30 pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu.

###########

 

Até aqui, na epístola, Paulo falou dele. Agora começa a exortar os irmãos.

 

v.27-28

vivei por modo digno do Evangelho de Cristo:

Curiosidade de tradução: no grego, não há na frase o verbo viver.

O verbo traduzido por vivei é portai-vos como cidadãos.

NVI: exerçam a sua cidadania de maneira digna do Evangelho.

Ou seja: portai-vos como cidadãos quanto ao Evangelho de Cristo.

Hoje pouco significa ser de Fortaleza, de Parnaíba, de Recife, etc.

Mas naquela época, principalmente na Grécia, a idéia de cidadania era muito forte.

A cidade natal era extremamente significativa na vida da pessoa.

Paulo lembra aos filipenses que eles passaram a ser cidadãos de outro reino, o reino de Cristo, onde a lei suprema é o Evangelho.

E apela para que se comportem como bons cidadãos desse reino.

 

Quando menino, meu colégio alertava sobre a necessidade de honrar a farda.

Para a imagem da escola, o comportamento dos alunos fardados era importante.

Além de me sentir responsável por isso, tinha a sensação de importância: Puxa, o conceito do meu colégio de certa forma depende de mim, de como me comporto quando estou ostentando o nome dele na minha farda.

 

Era isso o que Paulo tentava agora incutir nos filipenses.

Para o Evangelho de Cristo, era fundamental que eles andassem como bons cidadãos do reino de Cristo.

Quando? Quando estivessem fardados de crentes com a roupa de domingo, indo para o culto com a Bíblia na mão?

Claro que não: SEMPRE! Afinal, andamos sempre fardados, pois a nossa farda é Cristo: porque todos quanto fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes- Gl 3.27

 

Voltando:

Como conseqüência daquele comportamento exemplar, Paulo gostaria de ouvir DUAS coisas sobre os irmãos, quer na sua presença ou ausência:

 

1) Que eles estavam firmes e unidos, lutando pela evangélica, enquanto enfrentavam os adversários

Ao falar de luta e de adversário, a idéia é de guerra.

Adversários: pessoas que perseguiam, hostis.

Qual a CAUSA da guerra? A evangélica, ou seja, a vida cristã, com a sua ética, sua moral, suas doutrinas.

As pressões externas eram enormes para que eles abandonassem a vida cristã.

O mundo fica muito incomodado quando alguém resolve viver como Cristo.

 

Para compensar, os irmãos precisavam estar UNIDOS nessa luta.

Veja a ênfase de Paulo: um espírito (ou Espírito)...  uma alma... lutando juntos.

 

Existem lutas cristãs que são individuais: luta da carne contra o Espírito; luta nas orações.

Mas a defesa da evangélica, da vida cristã, tem também o aspecto de luta conjunta: todos na igreja devem estar FIRMES e UNIDOS formando um corpo.

 

Para estarmos FIRMES é importante um aprendizado sério da Palavra de Deus.

Para estarmos UNIDOS é importante amor, amizade, costume de estarmos juntos, etc.

 

Mas Paulo queria ouvir outra coisa sobre eles:

2) Que eles em nada estavam intimidados pelo inimigo.

Intimidados: no grego, usado também para cavalos apavorados.

Uma eficiente arma em qualquer luta é intimidar o outro, criando uma atitude de medo, de pânico, de qualquer coisa que o leve a perder a capacidade de luta organizada e eficiente.

Paulo se preocupa em que os filipenses não caíssem nessa armadilha dos inimigos.

 

E dá 3 MOTIVOS para que eles não se sentissem intimidados:

A) Perseguir e fazer sofrer quem defende o Evangelho é prova de perdição.

Sofrer defendendo o Evangelho é prova de salvação, salvação que vem de Deus.

Assim sendo, que eles não se impressionassem com a inferioridade numérica ou com as desvantagens que levavam nessa luta.

Nada disso era sinal de que eles estavam perdendo a guerra.

Ao contrário, estavam GANHANDO! Eles eram os salvos, tinham : 1Jo 5.4

 

B) O sofrimento cristão não deveria ser encarado como um mal ou como sinal de abandono ou ira da parte de Deus.

Era o CONTRÁRIO: uma graça, um favor.

Do modo como foi uma graça crer em Cristo, também era uma graça sofrer por Ele.

Pense no seu último sofrimento. Bem ruim, não? Pergunto: você o encarou como graça?

Mesmo que contexto fale de sofrimento por Cristo, podemos afirmar que qualquer sofrimento é uma graça de Deus, pois nos edifica e nos torna mais perto dele.

 

C) Toda essa luta que os filipenses estavam enfrentando, era a mesma que viram Paulo tendo em Filipos, anos antes, e ainda estava tendo, preso em Roma.

Isso deveria servir de consolo e de garantia de que eles estavam no rumo certo.

Esse é um grande benefício das biografias.

É reconfortante sabermos que outros sofreram tanto pela mesma causa e ficaram firmes.

 

Ainda hoje a vida cristã é uma guerra.

Mas o tipo de perseguição e a estratégia do inimigo varia com o tempo.

Antigamente eles perseguiam rejeitando abertamente o Evangelho e hostilizando ferozmente os crentes.

Embora alguns ainda rejeitem abertamente, a hostilidade é mais disfarçada.

 

Mas o difícil mesmo é o espírito pós-moderno: tudo é bom, tudo deve ser respeitado, o importante é que cada um se sinta bem naquilo que crê, cada um tem a sua verdade.

É interessante notar que essa atitude foi precedida pelo ECUMENISMO, que ensina que todas as religiões são boas, incluindo o Evangelho de Cristo, é claro!

 

Agora, pequenas modificações não tem problema, para acomodar os outros, não é mesmo?

Aqui está o ponto! É exatamente aqui o perigo de nos intimidarmos:

Bem, eles foram legais, não nos perseguem, aceitam nossa crença, ou pelo menos respeitam. Afinal não custa nada abrir mão de certos pontos sem muita importância. A palavra de ordem hoje e não ofender.

Essa é a armadilha que está hoje diante de nós.

 

E se ficamos firmes com a Bíblia, tentam nos intimidar com várias acusações.

Vejamos 3 delas:

1) Falta de amor.

Para eles, ser firme é ser arrogante, se sentir superior, desconsiderar os outros.

 

2) Frieza espiritual.

Num mundo cada vez mais místico, é fácil nos chamarem de frios e calculistas na nossa insistência em mantermos a boa doutrina.

 

3) Sectaristas

Acusam-nos de gostarmos de divisões, de sermos contra um grande unidade.

 

Quase podemos ouvir Paulo dizendo: Não se intimidem com eles. Tudo isso é prova de que são perdidos, não têm Deus, não têm Cristo. Quanto a vocês, o fato de resistirem à idéia de comprometer o Evangelho  é prova de que são de fato salvos por Deus.

 

Agora, é claro que essa reação deles traz sofrimentos, machuca.

Mas um tipo de sofrimento que faz parte da vida cristã.

Não tem nada a ver com abandono de Deus.

Mas uma verdadeira GRAÇA dEle.

Não nos intimidemos, pois.

Olhemos para outros crentes do passado que sofreram ao seu modo e nos consolemos.

 

Estejamos FIRMES e UNIDOS lutando por essa causa maravilhosa: o Evangelho - não dos batistas, não dos evangélicos, não dos católicos, não dos ecumênicos, não de homem algum, mas o Evangelho DE CRISTO, tal qual foi feito há 2 mil anos.

 

E assim estaremos vivendo como verdadeiros cidadãos do reino de Deus!

 

Termino lembrando: Paulo queria ouvir essas DUAS coisas sobre eles quer na presença ou na ausência, ou seja, eles não deveriam deixar para se comportar corretamente apenas DEPOIS, quando e se um dia viesse visitá-los.

Temos mania de ADIAR as coisas. Isso é um grande erro.

Vivamos como cidadãos do reino de Deus AGORA, sem esperar por isso ou aquilo!

 

E por falar em adiar, você que ainda não é crente, por que adiar a sua decisão?

 

                                         - Amém

Mauro Clark, 73 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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