PREGAÇÃO

Apaixonados, sim; por que não?

      35 minutos      29/07/2011         

Mauro Clark


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O termo “dois pombinhos apaixonados” lembra um casal de namorados, noivos ou, no máximo, recém-casados.
Por que é assim? Porque uma das características mais marcantes do namoro e noivado é que estávamos apaixonados.
Mas será que temos de usar o verbo no passado, estávamos? Não dá para usar o tempo presente: ESTAMOS apaixonados?

- Dá nada, pastor! A paixão existia mais pela dificuldade de se encontrar, os passeios, aquele gostinho de proibido e de “quero mais”. Tirando umas briguinhas, aqui e ali, só coisa boa. E mesmo depois das briguinhas era tão gostoso que quase valia a pena brigar. Ah, como era bom, tudo meio cor-de rosa! Mas depois que casa, tudo isso se acaba. Vêm as dificuldades, o desgaste da rotina, os defeitos ficam mais expostos, chegam os filhos.
Tudo no casamento só tende a desgastar. Aquelas fantasias de príncipe e princesa, os sonhos dourados, tudo isso ficou para trás. No melhor das hipóteses, fica um amor mais maduro, um vínculo de companheirismo. Mas paixão mesmo, nem pensar!

Peço licença para discordar radicalmente desse ponto de vista. Acho que qualquer casal, até anciãos com 50 ou 60 anos de casado, pode perfeitamente continuar apaixonado.

Existem algumas CARACTERÍSTICAS da paixão, que APARENTEMENTE pertencem apenas à época do namoro e perderam o sentido depois do casamento.

1. A questão da NOVIDADE, de haver descoberto uma pessoa tão espetacular e cada dia conhecê-la um pouco mais.
2. A POSSIBILIDADE DE PERDÊ-LA para outro, já que o namoro é meio experimental.

Só que eu não diria que esses dois fatores desapareceram, apenas mudaram:

1. NOVIDADE:
Sempre haverá o que conhecer do outro, especialmente porque as pessoas e as situações mudam. Eu nunca havia visto a Sandra com a barriguinha crescendo! E, anos depois, alegre por ver um filho ganhando um carro do pai dela. Até recentemente, eu nunca havia visto a alegria dela com um netinho nos braços (ou do outro lado do país, da tela do ipad!). As novidades sempre estarão presentes.

2. POSSIBILIDADE DE PERDER.
Embora diferente do namoro, existe, sim a possibilidade. Nenhum marido deve considerar sua mulher eternamente conquistada. E vice-versa. A conquista é diária, nunca pára.
A Sandra que eu tenho de conquistar hoje é muito diferente da Sandra que eu conquistei quando ela tinha 14 anos!
Ou seja, esses dois elementos típicos do namoro e que ajudavam a manter acesa a chama da paixão, ainda existem e sempre existirão no casamento.

Além desses, há outros dois fatores que existiam no namoro e deveriam continuar casamento adentro, para dar continuidade à paixão:
1. Atração pela pessoa do outro
De maneira geral, ninguém muda de personalidade depois de casar. Se a pessoa dele lhe atraiu antes, por que não continuar atraindo depois?
Quanto às mudanças inerentes ao amadurecimento e mudanças de circunstâncias, isso pode ser absorvido e complementado com amor mais maduro, muito diálogo, compreensão, etc.

2. Atração sexual
Se atraía antes, por que não atrai mais? Quanto ao envelhecimento físico, pode ser compensado com um relacionamento sexual maduro e tranqüilo, em que ambos já se conhecem muito bem, os ajustes já foram feitos.

Agora, duas novas características que surgem no casamento e deveriam continuar para alimentar a paixão:
1. O costume de estar perto do outro.
Por que não dizer o VÍCIO? Aliás, um vício muito virtuoso. É saudável o marido ser viciado na mulher, dependente dela, sentir falta dela como o fumante do cigarro e o alcoólatra do álcool. E vice-versa!

2. Os alvos em comum
Cada alvo alcançado é uma alegria para os dois. Por outro lado, os momentos de tristeza também são comuns aos dois. O fato de você ter uma pessoa ao seu lado que, via de regra, está com os mesmos objetivos seus, deve contribuir para unir esses dois. Claro que isso é benéfico para a paixão.

Procurei racionalizar a questão da paixão em um casamento, argumentando, com alguma lógica, que é razoável um casal estar apaixonado, mesmo com muito tempo de casado.
Mas, seja como for, com ou sem lógica, é tão bom estar, ou melhor, CONTINUAR apaixonado pela mulher/marido. E considero um presente de Cristo eu poder continuar dizendo isso, desde quando em tinha dezesseis anos e a Sandra, quatorze.

Graças a Deus por cada um aqui, que pode dizer que continua apaixonado pelo cônjuge, independentemente do tempo de casado.
E se você não pode, procure meditar sobre o assunto, quer dizer, sobre o PROBLEMA.
Examine os pontos que comentei e veja se detecta algum ponto fraco. Esforce-se para melhorar e peça ajuda a Deus.
Ele está sempre pronto para aperfeiçoar relacionamentos, especialmente o casamento.

Amém

Mauro Clark, 73 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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