PREGAÇÃO

BOM TESTEMUNHO nos negócios

      minutos      16/05/2004         

Mauro Clark


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 Jesus disse que o Seu discípulo é luz do mundo (Mateus 5.16).
Mas importante é lembrar que se trata de ser luz de um mundo que está em trevas!
Não devemos perder de vista esse contraste. O crente deve ser diferente do mundo.
Veja esse contraste na expressão “brilhe a vossa luz diante dos homens.” Observem dois grupos: discípulos de Cristo e os homens (humanidade em geral).

Ora, se todos os homens também fossem luz, o crente não conseguiria brilhar diante deles.
Onde há cem lâmpadas acesas, uma determinada lâmpada não está brilhando diante das outras, não chama a atenção.
Quando Jesus fala para os discípulos dEle brilharem diante dos homens, é porque os homens andam em trevas.

Como outro exemplo desse contraste, somos referidos como luz que brilha no meio de uma geração pervertida e corrupta (em trevas) (Filipenses 2.14-15).
O crente deve ser diferente do cidadão do mundo, do homem natural.Mas diferente em que? Nas diversas áreas da vida: sexual, moral, familiar, profissional, etc.

Hoje vamos dar ênfase numa determinada área: transações que envolvem dinheiro ou valores. 
Só em falar em dinheiro, muitos já devem ter se ajeitado na cadeira, olhos abertos e ouvidos atentos. Afinal, dizem que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. De fato, o amor do dinheiro é raiz de todos os males  (1Timóteo 6.10)

Quero dividir o assunto transações que envolvem dinheiro ou valores em quatro situações:
1) Simples compra/venda isolada: Seja honesto: 2Coríntios 8.21 (honestamente: grego kalov: kalos = decente, bom, correto).
Achei interessante o cuidado de Paulo em enfatizar: … não só perante o Senhor, como tambem diante dos homens.
Não adianta o crente dar rigorosamente a Deus o dízimo, mas proceder de maneira errada no momento de vender ou comprar algo.

Procedimentos comuns não decentes:
a) A mentira quando vende: o carro está perfeito, zero!, sabendo que está cheio de defeitos.

b) Numa compra, usa de estratégia maliciosa para baixar o preço - inventa defeito, mente sobre outra oferta mais barata, aproveita-se da ingenuidade do outro, etc…
O outro se convence, vende e o comprador sai se gabando: peguei um trouxa!
Veja a repreensão implícita de Deus: Provérbios 20.14 – “Nada vale, nada vale, diz o comprador, mas, indo-se, então, se gaba”.
Quer chorar preço? Chore, mas não minta, não finja, não engane. E tenha cuidado para não explorar:
* a ingenuidade do outro;
* a necessidade do outro. Ele não quer baixar, mas precisa do dinheiro e você aproveita até esmagar.
Ressalva: Se alguém está precisando vender rapidamente e marca preço um propositadamente baixo, não há problema em você comprar. Às vezes até ajuda o outro.

Certa vez eu vendendo uma casa a preço de custo. O meu melhor amigo lamentou não poder comprar na ocasião. Se ele tivesse comprado, eu teria até agradecido.

 2) Relações profissionais com outros
a) Você como empregador
Não explore o outro, aproveitando uma necessidade pessoal, desemprego alto no país, etc.
Veja essas passagens: Deuteronômio 24.14 – “Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade”; Provérbios 14.31 – “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado”.

Salomão, na sua maneira crua de ver as coisas debaixo do sol, diz que é de se esperar a exploração generalizada entre os homens: Eclesiastes 5.8 – “Se vires em alguma província opressão de pobres e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram”.

Mas o crente jamais deve se aproveitar disso e dizer: Está vendo? Todo mundo explora, eu vou explorar também. É nesse momento que ele vai resistir à tentação e dizer: Eu sou diferente, eu sou luz. Como eu vou distinguir-me nas trevas se também agir com obras das trevas?

Interessante: A preocupação de Deus não é apenas com o que tem mais oprimindo o que tem menos. Um pobre pode entrar numa condição de oprimir outro pobre e é igualmente errado: Provérbios 28.3 – “O homem pobre que oprime os pobres é como chuva que a tudo arrasta e não deixa trigo”.
Pague valores razoáveis ao que lhe presta serviço, não esmague, pague os direitos dele, recolha as obrigações trabalhistas que a lei determina. Isso é tratar com justiça:
Cl 4.1 – “Senhores, tratai os servos com justiça e com eqüidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu”.

b)  Você como empregado
Respeite os critérios que você acertou quando aceitou o trabalho.
Não é porque o patrão está ausente, que você vai embromar, chegar atrasado, fazer outra coisa no expediente de trabalho: Colossenses 3.22 – “Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor”.
Se durante o expediente surgem períodos ociosos, fale com ele e combine como fazer.

3) Comércio (venda profissional de produtos comprados, produzidos, construídos, etc.)
Claro que vale aqui tudo o que foi dito sobre compra e venda isolada.
Mas agora falo de uma linha de conduta diária, rotineira, em escala mais intensa.

Seja honesto com os seus clientes e fornecedores: Dt 25.13-16; Pv 11.1
Isso nada tem a ver comigo; não trabalho com nenhum tipo de balança, especialmente de prato!
Tem tudo a ver com você, independente do produto com que você trabalha e do tipo de venda que faz.
O importante aqui é o princípio: Deus quer honestidade, jogo aberto, franco, sem lesar aquele que transaciona com você.

4) Pagamento de impostos
Jesus mandou pagar os impostos: Mt 22.17-22; 17.24-27
Que exemplo Ele deixou para nós, quanto ao pagamento das obrigações financeiras, seja com o governo ou até mesmo com a igreja.
Você tem pago seus impostos, taxas obrigatórias, recolhimentos previstos em lei

Algumas desculpas dos que não pagam os impostos devidos:
* Não pago porque o governo em geral é ineficiente ou corrupto.
Deus não entra nesse mérito quando manda o crente obedecer as autoridades (leis): Rm 13.1-2

*
Não pago porque a carga tributária está enorme
É verdade que o peso dos impostos está exagerado. Mas a reação do crente não é deixar de pagar, mas lutar dentro da ética e dos seus direitos de cidadão, fazer pressão, etc.
Salomão lembra que obedecer às autoridades faz parte do que o homem fiel jurou a Deus: Ec 8.2

*
Não pago porque ninguém paga!. 
Não é verdade: muitos pagam. E mesmo que não pagassem, Deus quer que Seus filhos pagem.

* Se eu pagar todos os impostos, eu quebro.
Quebra se Deus for um Deus quebrado! Não teria Deus poder para honrar um filho obediente?
Essa desculpa é altamente ofensiva a Deus: ao poder dEle; ao senso de justiça; à capacidade dEle em reconhecer um servo fiel.
Se um crente que paga imposto não progredir profissionamente, não é porque pagou, mas porque Deus tinha outro propósito, mesmo satisfeito com a obediência daquele servo.
Se não fosse assim, seria um disparate grosseiro: o crente obedece, paga os impostos, e Deus pune a obediência, fazendo com que ele quebre. Isso é quase blasfêmia!
Irmão, nunca mais use essa desculpa pecaminosa para não pagar seus impostos!

Ressalva: Sei que as leis são muitas vezes injustas, predatórias, mal feitas, algumas conflitantes entre si, exageradas, etc.

Sei que existem casos difíceis de determinar a necessidade do imposto, situações cinzas, peculiares, excepcionais.
Não vou tratar de casos assim. Cada um resolva o seu caso com Deus, pela sua consciência.
Apenas alerto para um perigo: não permita que, por causa de casos exceptivos, você generalize e deixe de pagar, mesmo quando é preto no branco, quando é evidente que o caminho honesto e legal é pagar tal imposto.
Certamente Deus será compreensivo e paciente com os casos difíceis que você enfrentar, mas não pense que ele vai fechar os olhos para situações claras, em que você sabe que está sonegando.

Final:
Crente: Talvez cem porcento das atitudes desonestas no mundo, seja com um só objetivo: ganhar dinheiro. Ou seja, para o mundo, se para ter muito dinheiro é preciso agir com pouca justiça, tudo bem.
Pois veja como Deus vê: Provérbios 16.8 – “Melhor é o pouco, havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça” - exatamente o contrário: se o custo de ter muita justiça é pouco dinheiro, que assim seja. Veja aí novamente o contraste de que falamos no início!
Seja diferente, meu irmão. Nas suas transações que envolvem dinheiro ou valores, brilhe como luz neste mundo escuro. Vale a pena agradar ao nosso Deus!

Amigo: que tal você também tornar-se luz do mundo, aceitando Cristo?
Pode ser que você seja honesto nas suas transações e se pareça externamente com um discípulo de Cristo, mas aos olhos de Deus, quem não tem Cristo está em trevas
Seus atos de honestidade - vendas e compras corretas, impostos pagos -  jamais vão lhe levar para o céu.
Aceite Cristo para você se tornar aceitável a Deus. Depois continue na prática dos seus atos decentes. Daí em diante eles serão muito agradáveis a Deus.

Que Deus nos abençoe a todos.

- Amém -

 

Mauro Clark, 73 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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