PREGAÇÃO

Jesus Cristo veio chamar... quem?

Mt 9.10-13; Mc 2.15-17; Lc 5.29-32      47 minutos      25/02/2018         

Mauro Clark


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JESUS CRISTO VEIO CHAMAR... QUEM?

Mt 9.10-13 (Mc 2.15-17; Lc 5.29-32)

 

Logo após a chamada de Mateus (Levi), que oferece banquete: Mt 9.9; Lc 5.27-29

Mateus era publicano (coletor de imposto), geralmente exploradores, desonestos, mal

vistos como traidores e odiados.

Jesus estava à mesa, com Seus discípulos.

Publicanos e pecadores se aproximaram e ficaram perto de Jesus e Seu grupo.

Certamente eram colegas e amigos de Mateus.

Jesus deve ter continuado comendo e conversando com eles.

Na época, comer com alguém significava grande consideração, quase aceitação da maneira de ser da pessoa.

Hoje não é tão forte, mas ainda há a ideia de consideração num convite para refeição.

 

Os fariseus entram em cena.

Fariseus: grupo religioso forte, extremamente rigoroso em observâncias e meticulosidades religiosas, mestres nas coisas exteriores, de fachadas, mas fraquíssimos nas coisas essenciais da Lei de Deus, que visavam as intenções, um coração puro, o perdão, a misericórdia, ou seja, as coisas interiores.

Fazia parte da regra deles manter-se afastados de pessoas de fama ruim.

Alguns achavam que até a poeira vinda de gente assim contaminava cerimonialmente.

 

Jesus quebra esse tabu religioso.

Observe que Jesus não desobedece nenhum mandamento da Lei de Moisés, mas quebra um costume seguido e recomendado por homens que Ele próprio chamou de hipócritas.

Quando viram Jesus e os discípulos comendo com aquele tipo de gente, se indignaram.

E pediram aos discípulos uma explicação daquele comportamento tão reprovável (a eles).

Jesus ouve a pergunta e Ele próprio responde, bem alto, na frente de todos.

Sua resposta é composta de 3 frases.

Deixemos a do meio para o final, para entendermos melhor a lógica de Jesus.

 

1. Os sãos (sadios) não precisam de médico, e sim os doentes.

Esta é uma afirmação genérica (ditado na época).

É um princípio de vida, um tanto óbvio: quem goza de boa saúde, não precisa de médico.

Jesus usa essa frase como ponto de partida para chegar onde queria.

Note que Ele estabelece 3 tipos de personagens: os sadios, os doentes e o médico.

 

3.  pois não vim chamar justos e sim pecadores (ao arrependimento).

Agora Jesus entra no mérito espiritual da questão, fazendo aplicação da frase anterior.

Saudáveis são os justos, os doentes são os pecadores e o médico é Ele próprio.

Jesus descreve de modo interessante o Seu próprio objetivo de vir ao mundo: como médico de almas, veio curar doentes espirituais, ou seja pecadores.

E o que seria essa cura? O perdão dos pecados, que é concedido exatamente através do arrependimento.

 

Quando diz “vim chamar pecadores ao arrependimento”, (os que estão arrependidos, convictos de que estão doentes espiritualmente, pecando sempre), vim propor o perdão, que os tornará pessoas salvas, livres do domínio do pecado, destinadas ao céu.

 

Observe:

I. Jesus não negou que os publicanos e pessoas de má fama de fato estavam doentes, condenadas em seus pecados, precisando do médico divino (Ele mesmo).

Em nenhum momento tentou justificar a atitude errada daquelas pessoas, culpando a sociedade, má educação, injustiças sociais, etc.

Esse é um grande mal do mundo perdido: não reconhece CULPA PESSOAL de cada um. A culpa é dos outros, ou, no mínimo, de todos, mas de maneira tão coletiva que desaparece a responsabilidade pessoal de cada um.

Uma eficiente armadilha do diabo é fazer com que o pecador deixe de olhar para si próprio e concentre atenção nos outros.

 

II. Veja o grande amor do “médico” Jesus, pois essa “doença espiritual”, o pecado, leva à condenação eterna.

Embora não esteja no texto, a Bíblia afirma que os pecadores sem arrependimento estão condenados, vão para o inferno.

Jesus veio curar a todos os que desejam ser livres desse mal terrível e mortífero.

 

E quanto aos justos - o que dizer deles?

Jesus simplesmente afirmou que não veio chamar justos ao arrependimento.

Por um motivo óbvio: se é justo, não tem do que se arrepender.

Temos de reconhecer certa IRONIA de Jesus ao classificá-las assim. Ou seja: são “justos aos próprios olhos”.

O que Jesus diz é muito forte: Ele NÃO veio para pessoas assim.

Não que não precisem de salvação. Mas não reconhecem que precisam se arrepender.

Jamais vão se utilizar do perdão que Cristo oferece.

Pois é nesse sentido que Cristo diz que não veio para chamar justos.

 

Amigo: Talvez você pense que suas obras boas pesam mais que as más ou pensa que você se entende bem com Deus através da sua religião, ou pensa que chegará a Deus por outro caminho que não o arrependimento dos seus pecados e o perdão de Cristo.

Se é o seu caso, a dura verdade é que Cristo não pode fazer nada por você.

A morte dEle na cruz não tem efeito nenhum na sua vida.

Você é um “justo aos próprios olhos”.

 

Só será salvo quem é justo AOS OLHOS DE DEUS e Deus só considera justo quem se arrepende e se entrega a Cristo.

O fato é que o inferno estará cheio de fariseus e justos aos próprios olhos.

Agora, se você reconhece que está enfermo, que tem um mal terrível dentro de você, o pecado, e deseja a todo custo ser curado desse mal, Cristo tem tudo a ver com você.

Ele veio chamar pessoas assim! O perdão que Ele tem para você lhe curará eternamente.

E para obter esse perdão, basta você se arrepender dos seus pecados e pedir que Cristo se torne o seu Salvador.

 

Voltando:

A chance era grande dos fariseus não perceberem essa fina ironia de Jesus.

Eles eram endurecidos demais.

Provavelmente iriam pensar que eram mesmo pessoas justas aos olhos de Deus.

Mas Jesus fez questão que eles tivessem base bíblica para fazer uma avaliação correta de si próprios.

E aqui está a terceira frase que Ele falou (2ª. na sequência), uma antiga citação do VT:

 

2) Ide, porém, e aprendei o que significa : Misericórdia quero e não holocaustos.

Jesus citou uma frase do profeta Oséias, de 750 aC (Os 6.6a).

Essa passagem fala da essência da Lei de Moisés: o que mais importa é o que está dentro do coração!

Sem isso, os rituais não serviam para nada.

Nunca um judeu deveria pensar que estava agradando a Deus somente pelos sacrifícios, desprezando um relacionamento pessoal com Deus e sem um coração bem-intencionado.

 

Essa citação de Jesus deve ter mexido com a consciência dos fariseus.

Era obvio que Cristo estava se referindo a eles.

Ainda mais quando disse “ide... e aprendei”.

 

Em suma, é como se Jesus houvesse dito:

“Eu estou comendo com publicanos e pecadores porque eles precisam de mim. Vocês também precisam, mas infelizmente não enxergam. Pelo fato de serem rigorosos em rituais religiosos, pensam que são justos e aceitáveis a Deus. Com essa atitude arrogante, não posso fazer nada por vocês. Vão aprender a essência do que Deus

quer de vocês, e então, caso se arrependem, estou pronto para lhes ajudar também.”

 

Amigo:

Não pense que o simples fato de você ser religioso, o torna uma pessoa aceitável a Deus.

Deus não está atrás de rituais, serviços religiosos, liturgias.

Deus quer o seu coração, um coração humilde, convicto de pecados e arrependido.

Deus quer fé na obra salvadora de Cristo.

Para esses, Ele concede perdão. E cura a alma. E salva.

 

Aproveite essa cura maravilhosa, eterna e espiritual que o médico de almas oferece!

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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