PREGAÇÃO

Louvando feliz - 1/2

Sl 145.1-12      57 minutos      19/04/2020         

Mauro Clark


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Salmo belíssimo, alegre, feito por Davi, que devia estar muito feliz e em paz de espírito.

Sintamos com ele um pouco do gozo que sentia ao adorar o Deus dele,o nosso Deus.

 

v.1-3

Logo de saída Davi mostra-se totalmente disposto a exaltar e bendizer a Deus.

Bonito: um rei chamando o outro de meu Rei! E de meu Deus.

Quando se trata de um Deus soberano, um rei se torna um grão de areia, ou menos.

Mas Davi não quer louvar a Deus por causa de algo específico ou momentâneo.

Seu desejo é bendizer e louvar a Deus todos os dias da sua vida.

E mais: “para todo o sempre”: “enquanto eu viver", ou indica noção de ternidade.

 

O motivo que leva Davi a querer louvar a Deus é simples: Deus é digno de ser louvado. Ele merece adoração. Não há quem possa sondar a sua grandeza.

 

Talvez achemos que é equivalente dizer que deseja louvar a Deus para todo o sempre e que quer louvar a Deus todos os dias.

De fato, a rigor, dá no mesmo. Quem louva todo dia, termina louvando o tempo todo.

Mas há uma diferença. A expressão “todo o sempre” é vasta, meio vaga.

Mas quando diz “todos os dias”, fica mais fácil avaliarmos o que está contido na idéia: a disposição de bendizer a Deus continuamente, em qualquer condição.

Ninguém tem os dias iguais. Há dias bons, agradáveis, fáceis, e dias terríveis, tristes, difíceis, trágicos. Davi sabia disso. Ele mesmo era um homem sofrido.

Mesmo assim escreve para todo mundo ler que ele queria louvar a Deus todos os dias.

 

Temos a tendência de louvar a Deus nos dias em que estamos alegres – quando nossos ouvidos captam o trinado dos passarinhos, tudo parece azul.

E realmente é extremamente gostoso louvar Deus nessas ocasiões.

Mas... e quanto aos dias ruins? Por acaso Deus perdeu a sua insondável grandeza, ou deixou de ser digno de receber adoração?

Ele é o mesmo Deus! Os atributos que O tornam dignos de ser louvado continuam lá. Nada têm a ver com a dificuldade que você está enfrentando!

É um erro condicionar o seu louvor a Deus pelo que está acontecendo com você.

Louve-o pelo que Ele é. Como Ele é imutável, vamos louvá-Lo todos os dias.

 

v.4-12: Mas não é só Davi que teve o privilégio de notar que Deus é digno de ser louvado. O trecho diz três vezes que a vontade de louvar a Deus é uma coisa generalizada no meio dos crentes. Davi mistura o seu louvor pessoal com um louvor generalizado.

 

v.4

Um dos prazeres com filhos pequenos é quando chegam em casa contando, olhos arregalados, coisas que viram e lhes impressionaram: leão no desfile do Zoo, helicóptero voando baixo, etc.

Pensando bem, quando crescemos, não perdemos essa mania.

Os homens sentem necessidade de compartilhar com outros, coisas grandes ou poderosas ou misteriosas que  os impressionaram.

Imagine quando essa “coisa” poderosa não é coisa, mas o próprio Deus!

Quando nos convertemos a Cristo entramos em contato íntimo com Deus e ficamos abismados com Ele.

Com tudo dEle: poder, amor, sutileza, compaixão, mistério.É um Ser totalmente cativante.

E lá vamos nós falando desse Deus.

E a soma de todas as pessoas vivas que falam de Deus fazem uma geração, que passa à outra geração. E essa à outra, etc.

 

E aqui estamos nós, crentes da Luz do Mundo, com o alto privilégio de fazer parte dessa geração que está transmitindo à próxima geração os louvores ao Deus dos Exércitos.

Só tem um detalhe: quando a congregação canta, quem passa lá fora ouve o conjunto das vozes, em uníssino, como se fosse uma só voz. E diz: “A igreja está cantando”.

Só que  alguns que estão calados, outros mal abrem a boca, outros cantam normalmente, mas sem muito entusiasmo e outros estão vibrando mesmo, cantando a plenos pulmões. Evidentemente são esses que puxam para cima o nível daquele louvor.

Pois bem, quando uma geração de crentes fala à outra geração das obras maravilhosas de Deus, não significa que todos, sem exceção, estão fazendo isso.

Alguns estão calados. Outros mal falam de Deus. Outros falam sem muito ânimo. E outros, falam com grande entusiasmo, vibrando intensamente com esse Deus.

São esses que caracterizam uma geração fiel e entusiasmada com Deus.

E Ele sabe exatamente como cada um está fazendo, inclusive você!

Que tal vibrar mais com esse Deus maravilhoso, que encantou o rei Davi?

 

v.5

Uma coisa é observar um certo fenômeno. Outra coisa é meditar nele.

Ex.: Newton e a queda da maçã. Muitos veriam apenas uma maçã caindo. Alguns se chateando porque foi em cima da cabeça. Outros aproveitando para comer a maçã. E não passaria disso. O cientista pensou: “Por que ela caiu?” Resultado: lei da gravidade.

 

Davi era um espécie de cientista das coisas de Deus.

Era fino observador dos feitos de Deus na natureza, na vida das pessoas (e nele próprio).

Mas não ficava só na observação. Partindo delas, passava a meditar no glorioso esplendor da majestade divina.

As coisas ao redor eram só uma ponte para Davi chegar ao próprio Deus!

 

Quando você estiver sentado e pousar uma borboleta perto, não fique admirando apenas a borboleta em si.

Use-a como ponto de partida para pensar em Deus, que fez a borboleta.

Pense em como Ele é detalhista, tem um propósito na vidinha dela. E na sua vida, etc. Medite em Deus.

“Mas eu não sei meditar!” Experimente e comece. E o Espírito Santo lhe ensina o resto!

 

v.6

Davi se mistura a todos que falam e falarão de Deus, dando a sua participação pessoal no processo de transmitir a glória de Deus.

 

v.7-9

Impressionante a quantidade de atributos de Deus que Davi enumera nesse salmo.

Se não prestarmos atenção, vamos tropeçar em atributos, sem notarmos.

Até aqui ele se referiu à grandeza, à gloria, ao poder.

Nesses 3 versículos ele se empolga e enumera mais 6 atributos: bondade, justiça, benignidade, misericórdia, longanimidade (tardio em irar-se) e compaixão (talvez sinônimo de misericórdia).

Mas lembre-se, Davi além de poeta, era um cientista nas coisas de Deus.

E não se contentava apenas em enumerar atributos divinos, como um teólogo numa sala de seminário. Alguns ele, de fato, só fez enumerar.

Mas outros ele falou algo mais:

 

* A justiça de Deus será celebrada com júbilo.
Por quem? Pelos crentes, é claro. Os perdidos gostam de chamar Deus de injusto.

Até crentes têm dificuldade de ver com clareza a justiça de Deus! Mas isso é somente nesta vida.
Quando? Timidamente aqui na Terra, pela fé.

Plenamente, no céu, quando estivermos todos glorificados, salvação consumada. Veremos o Cordeiro como  foi morto. E compreenderemos como a justiça de Deus foi implacável e exigente, ao exigir do próprio que morresse para se tornar o Salvador. Deus é justo!

 

* A bondade de Deus será divulgada. Afinal, Ele é bom para com todos!

* As ternas misericórdias de Deus permeiam todas as Suas obras.
Pena que essas coisas de que Davi fala são invisíveis para a maioria dos homens, que é perdida. Não vêem nada da bondade e da misericórdia de Deus.

Ao contrário: acusam-No de um Deus malvado que permite sofrimento, etc.
Muitos crentes não conseguem enxergar em tudo a misericórdia de Deus. Nas coisas boas é fácil.

Mas ver misericórdia em momentos difíceis, só mesmo com fé robusta.

E mesmo assim, não é uma visão cristalina. Só entenderemos plenamente a misericórdia e a bondade de Deus no céu!
O fato é que as misericórdias de Deus SEMPRE estão presentes, quer vejamos ou não.

É impossível Deus tocar em alguma coisa e não deixar a misericórdia gravada nas impresssões digitais. Ele é bom em essência!

 

v.10-12

Davi já dissera que cada geração falaria de Deus à outra.

Agora ele poeticamente dá vida às obras de Deus e diz que elas renderão graças a Ele.

Render graças = agradecer: as obras de Deus se sentirão gratas pelo privilégio de serem obras de Deus!

E pensar que milhões de seres humanos, obra prima da Criação, não glorificam a Deus, nem se sentem gratos por terem sido criados à imagem e semelhança dEle.

 

Quanto aos santos (salvos) Davi fala três coisas:

1. Bendirão a Deus. 2. Falarão da glória do reino dEle. 3. Confessarão o poder dEle

 

Para que os crentes farão isso?

v.12: para que fique claro perante todos os homens o poder de Deus e a glória da majestade do reino de Deus.

 

Já vimos a importância de transmitirmos as coisas de Deus à próxima geração.

Veja agora a nossa responsabilidade de transmitir essa glória à nossa própria geração!

Estamos fazendo isso?

Considerando o que falamos e como agimos, que tipo de atitude levamos as pessoas a terem com Deus?

Damos a elas motivos para falaram bem de Deus, para notarem tantas maravilhas nEle?

Mostramos a elas o poder de Deus?

Damos a elas um mínimo que seja do tamanho da glória desse Deus?

Espero que sim! Ele merece e espera que façamos isso.

 

No próximo domingo terminaremos o salmo.

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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