PREGAÇÃO

Que Consolo! (Série 2 CORÍNTIOS 2 de 54)

2Co 1.3-11      58 minutos      23/03/2014         

Mauro Clark


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v.3

Paulo exalta a Deus Pai, citando dois atributos:

Pai de misericórdias: compaixão, piedade.

Todo tipo de compaixão vem de Deus.

Se você é grato a alguém porque teve misericórdia de você, seja antes grato a Deus, de cuja imagem e semelhança aquela pessoa é.

 

Deus de toda consolação

consolação: gr. παρακλησις paraklesis: lit.: chamar para perto: exortar, rogar, consolar, confortar, encorajar, fortalecer. Termo usado DEZ vezes até o v. 7.

Até lá, o assunto é a consolação que Deus opera no crente.

Paulo estava precisando falar disso.

Pelas tribulações que havia passado e estava passando (v.8-11), parece que o assunto “consolo” estava transbordando nele.

 

v. 4-5:  Três afirmações:

1) A nossa consolação vem do Pai (v.3), por meio de Cristo (v.5b), através de quem nossa consolação transborda. Somos consolados pelo Pai, através do Filho.

 

Jo 14.16: Espírito Santo: outro consolador. Pai e Filho atuando internamente em nós, para nos consolar, através da atuação do Espírito Santo que habita em nós.

Ou seja, o crente é consolado pelas 3 Pessoas da Trindade.

 

- Policarpo de Esmirna (155 dC) perante juiz que o mandou amaldiçoar Cristo: “Faz 86 anos que o sirvo, e nenhum mal me fez. Como hei de maldizer a meu rei, que me salvou?”

Depois, na fogueira: Senhor Deus, dou-te graça, porque me consideraste digno deste momento, para que, junto a teus mártires, eu possa ser parte no cálice de Cristo. Por isso de bendigo e te glorifico. Amém.

Temos a tendência de admirar Policarpo. Tudo bem, ele é digno disso. Mas, ANTES, devemos admirar a Quem deu tanto consolo a Policarpo!

 

- Lutero, na Dieta de Worms (1521), após excomungado pela Igreja Romana e frente ao Imperador Carlos V, enviados do Papa e autoridades: “A não ser que seja convencido pelo testemunho da Escritura ou por argumentos evidentes (pois não acredito nem na infalibilidade do papa nem na dos concílios somente, visto que está claro que os mesmos erraram muitas vezes e se contradisseram a si mesmos) – a minha convicção vem das Escrituras, a que me reporto, e minha consciência está cativa da Palavra de Deus – nada consigo nem quero retratar, porque é difícil, maléfico e perigoso agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.  

Um homem desse tem que estar muito confortado por dentro! Louvado Quem o consolou!

 

- Crente sofrendo dizer, talvez chorando: Mas estou tranqüilo, sei que é para o meu bem, sinto que Deus está comigo. 

Isso é CONSOLO divino em estado puro!

 

Uma palavra sobre consolo:

Como imediatistas e avessos ao sofrimento, queremos sempre parar de sofrer e logo!

Como muitas vezes isso não ocorre, ficamos frustrados e sem valorizar o método que o próprio Deus utiliza quando não quer resolver de imediato: o consolo!

É claro que o consolo não soluciona, senão não seria consolo, mas cura total.

Mas não significa que consolo é coisa sem importância, um quebra-galho.

Consolo é algo importantíssimo no nosso sofrido viver, atividade de próprio Deus.

Produz um estado de paz, de serenidade. E que atenua o sofrimento.

Não tira a dor, mas diminui, torna suportável e nos deixa em condições de aprender durante a provação.

Quando eu era novo no pastorado, achava pouco apenas consolar, queria resolver.

Depois entendi que seria impossível eu resolver e que me cabia consolar.

Hoje me sinto feliz quando consigo consolar alguém e quando alguém me consola!

Sinta-se grato e valorize quando Deus lhe consola - diretamente ou por alguém.

 

 

2) A nossa consolação é uma CONSEQUÊNCIA agradável da nossa união com Cristo que, por sua vez, nos leva a sofrer com Ele (v.5a).

... os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida: no grego, transborda.

Os seus sofrimentos como crente é como se fossem sofrimentos de Cristo.

Ele próprio sente assim: At 9.4: Paulo, por que me persegues?

Cl 1.24: ... preencho o que resta dos sofrimentos de Cristo na minha carne.

Ainda: Fp 3.10; 1Pe 4.13. Isso é consequência natural da nossa UNIÃO com Ele.

Em compensação, Ele faz transbordar em nós a Sua consolação.

 

Numa tribulação por ser crente, pense: “Estou sofrendo por Cristo, mas tenho o privilégio de ser consolado por Ele”.

 

3) v.4b: Uma vez consolados por Deus, ficamos em condições de consolar os irmãos.

Quando for procurar consolo, procure um irmão que esteja apto para consolar.

Quem? Que tem noções de psicologia, fez seminário, é culto, argumenta bem?

Esses não são fatores determinantes (as vezes até atrapalham!).

O mais importante: que ele próprio tenha experiência de ser consolado por Deus.

Se é o caso e se vai subordinar a psicologia, cultura, etc, à Escrituras, tudo bem.

 

v. 6-7

Paulo faz ligação (link) das tribulações e consolações dele com irmãos de Corinto.

Conforto, confortados: mesma palavra no grego paraklesis.

Na posição de fundador-apóstolo-pastor, Paulo diz que o que ocorria com ele era para o bem da igreja. Quer fosse atribulado ou consolado, a igreja lucrava.

Como? Não explica.

Sugestão: quando Paulo se preocupava, tomava providências para ajudá-los. Quando estava satisfeito, os irmãos também ficavam.

E todo esse conforto recebido de Paulo gerava nos irmãos paciência para suportar as próprias tribulações deles.

Devia ser muito desagradável para a maioria fiel, suportar os problemas causados pelos falsos mestres e o pequeno grupo que os seguia.

E também ter recebido uma carta tão dura do próprio Paulo.

Paulo se consola e consola a igreja (parte fiel) de que estavam juntos nisso.

Os problemas que estava passando, iriam sofrer juntos.

E iriam se beneficiar juntos com o consolo vindo de Deus.

 

v.8-10

Mostra lição prática de como Deus consola, compartilhando dura experiência pessoal.

Lutou com feras (1Co 15.32)? Apedrejamento? Doença mortal? Não sabemos.

Foi acima das próprias forças, a ponto de ter se desesperado da própria vida: achado que ia morrer, ou mesmo desejado morrer (não deprimido, mas exaurido de forças).

Paulo aprendera que o seu ministério era perigoso e poderia morrer a qualquer momento. Era como se tivesse uma sentença (grego: resposta, conclusão) de morte sobre si.

Isso devia angustiá-lo. Mas reconhecia que havia um propósito divino nisso: ensiná-lo a confiar não nele mesmo, mas no Deus que ressuscita os mortos.

O grande problema é eu morrer? Pois se acontecer, Deus resolve, me ressuscitando!

Mas como ainda não chegara o seu momento, Deus o tinha livrado e ainda o livraria.

Se Deus levou Paulo a esse limite é porque Paulo estava confiando demais em si mesmo!

 

O brasileiro hoje sabe que há uma grande chance de ser assaltado a qualquer momento.

É como se tivesse a “sentença de assalto” sobre si todo dia.

Isso não é falta de fé ou pessimismo. É pura estatística!

Só que essa situação serve para o crente treinar a não confiar em si, mas em Deus.

E não apenas essa situação, mas qualquer uma em nossa vida.

 

v.11

Paulo passa do poder de Deus de ressuscitar mortos para a importância da oração.

Pede que os irmãos orem para que o ministério dele possa ajudar muitos e assim, ser motivo de agradecimento a Deus.

E logo complementa: ele próprio tem sido muito beneficiado por muitos.

Ou seja, o ministério dele não é isolado. Muitos estão envolvidos com ele.

 

Três perguntas a você:

1. Você está convicto da importância das orações dos irmãos a seu favor? Tem pedido?

2. Você tem tido um ministério tal que os outros se sentem levados a dar graças a Deus?

3. Você é envolvido com a sua igreja a ponto de sentir que seu ministério é também o ministério dos irmãos?

 

Crente:

Valorize o consolo de Deus - contrapartida ao seu sofrimento como crente.

O consolo que você recebe de Deus o capacita a consolar os que sofrem.

Entregue os seus perigos ao Deus que ressuscita os mortos.

Ore pelo ministério dos seus irmãos e peça que orem pelo seu, afinal, num certo sentido, é o mesmo ministério!

 

Amigo:

Que pena, você não poder contar com o consolo de Deus. Afinal, ele consola através de Cristo e Cristo pelo Espírito Santo. Vá a Cristo!

 

Que Deus nos abençoe. - Amém -                                                   

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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