1 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. 2 Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador. 3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, 4 que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? 5 Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. 6 Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: 7 ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; 8 as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. 9 Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!
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v.1: SENHOR: hebr. Jeová: nome próprio de Deus: Eu Sou o que Sou.
Senhor: hebr. Adonai: dono, chefe, senhor.
O Universo é um verdadeiro porta-voz da majestade de Deus. Não é por acaso que a Bíblia insiste neste tema: Sl 19.1; Rm 1.20
Deus vai cobrar dos homens não terem Lhe dado glória ao verem a natureza.
A onda ecológica atual distorce e inverte: terminam idolatrando a natureza, em vez de adorar o Deus que criou a natureza.
Isso não é sutil: é básico, fundamental, faz toda a diferença e mostra como o homem está cego pelo pecado.
Num contraste fortíssimo, Davi passa da terra e dos céus para a boca de bebês!
v.2: suscitaste força: talvez seja melhor “constituíste fortaleza”.
NVI: Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo que busca vingança.
Leupold: “Tão segura é a honra do nome do Senhor, que na plena consciência da Sua grande glória, Ele deixou que a defesa da Sua honra fosse entregue a bebês. Existem outras forças que podem tomar e de fato tomam a defesa do Seu nome, mas, no que toca a Ele, Ele está contente com o que a boca dos bebês podem dizer”.
(Na antiga cultura judaica, as crianças mamavam até 3 anos).
Septuaginta: “aperfeiçoaste louvor”. Hebr: parece que pode ter o sentido de louvor.
Embora a interpretação exata seja difícil, o sentido geral é claro:
* Uma mera criança falando evidencia o poder de Deus, para calar os céticos
* Deus usa até uma criança para se glorificar
Jesus: na entrada triunfal em Jerusalém, citou trocando “força” por “louvor” e aplicou a Si próprio aquela passagem, que é exclusivamente atribuída a Deus: Mt 21.16
Uma forma discreta de se identificar como o Messias.
v.3-8: Quando compara o tamanho físico do céu e os astros com os homens, o homem quase desaparece!
Isso porém não quer dizer que o homem é insignificante.
Ao contrário: apesar de fisicamente tão pequenino,
* o homem é a obra prima da criação de Deus
* por pura graça, Deus está sempre altamente interessado no homem
Características que enobrecem o homem:
* por um pouco, menor do que Deus: feito à imagem e semelhança dEle
* de glória e de honra o coroaste, ao dar a eles tão nobre existência
* domínio sobre a criação: a inteligência permite ao homem dominar
Observe os privilégios com que Deus cercou a raça humana. E aí está a importância, a dignidade do ser humano: ter sido tão distinguido por Deus.
Deve-se sempre dar a mais alta importância, dignidade a qualquer pessoa. Só que às vezes fazemos o contrário: não damos valor ao ser humano.
Motivos: muita gente, sociedade violenta, egoísmo generalizado, etc. Mas isso não é desculpa. Nossa visão tem de ser a de Deus.
E se Deus valoriza aqueles que criou, devemos valorizar também.
Parêntese que não irei explorar:
Hb 2.6-8 aplica o trecho v.4b-6 a Jesus Cristo encarnado: evidencia a perfeita identificação dEle com a humanidade.
Além disso, confirma que Ele é o único que pode cumprir totalmente o que Deus espera da humanidade, e resgatar a possibilidade de cada ser humano se encaixar nesses planos divinos. Claro que isso só pode ser feito através dEle, Cristo.
Como representante da raça humana, Ele vai dominar tudo após ter completado a sua vitória sobre a morte: 1Co 15.26-28
Voltando:
v.9
Após meditar e considerar, termina com a mesma conclusão do início, agora certamente com mais força e entusiasmo do que antes.
É o “c.q.d.” (“como queríamos demonstrar”) de Davi.
Irmão, não olhe para a natureza com indiferença, como algo que está lá porque está. Aprenda a ver as coisas não como um gato vê, um boi, um calango. Mas como um ser racional, que ganhou o privilégio de admirar, o poder de contemplar.
E o crente não deve ficar apenas na contemplação, como um artista sensível fica extasiado em observar a natureza.
O crente deve fazer da contemplação um verdadeiro ato de adoração ao Deus Criador.
Quem se acostuma a fazer isso, onde quer que olhar, encontrará motivos para se maravilhar com a majestade de Deus. E nunca se cansará de Lhe dar louvor.
E terminará a vida aqui igual ao primeiro dia de convertido: dando glórias a Deus. Só que em muito mais intensidade e prazer.
Que Deus nos abençoe. Amém