PREGAÇÃO

DIA DOS PAIS: Pai amoroso, filho imerecido (Série DAVI 17 de 18)

2Sm 18.24-33      69 minutos      08/08/2021         

Mauro Clark


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Vemos aqui um relato emocionante, em que um pai chora amargamente a morte do filho.

Antes de qualquer comentário, vejamos que tipo de relacionamento havia entre eles dois.

Amnom violentou Tamar, sua meia-irmã, que era irmã de Absalão.

A reação de Absalão é brutal: manda matar Amnom à traição, usando como “isca” o próprio pai (2Sm 13.23-29)

 

Davi reage perseguindo Absalão por três anos (13.37-39).

E depois não quis permitir sua volta. Joabe, com dificuldade (usando um criativo artifício) conseguiu a autorização do rei para trazer o filho, mas Davi nem quis ver o rosto dele.

 

Após dois anos, Absalão insiste em ver o pai (14.28-33).

Os dois se encontram, após no mínimo cinco anos sem se verem.

 

O natural seria que, após essa crise, finalmente eles teriam um bom relacionamento.

Mas acontece o contrário: novamente Absalão trai o pai:

* Faz um longo trabalho de ganhar simpatia popular, enquanto falava mal do pai (15.6)

* Mente para o pai e se declara rei: (15.7-10)

* Ao se declarar rei, Absalão automaticamente decretou a morte do pai (16.11).

Parece difícil de acreditar! Muitos aderiram a Absalão.

 

Davi foge de Jerusalém com os que lhe ficaram fiéis, numa retirada humilhante, deprimente, melancólica.

Absalão entra em Jerusalém e numa afronta enorme, coabita com as concubinas de seu pai, numa tenda à vista de todos (16.20-22).

Antes da batalha entre os dois exércitos, Davi, que não foi à luta, além de proibir que  matassem Absalão, ainda manda tratá-lo com brandura: 18.5.

O general Joabe não obedece e mata a Absalão: 18.14-15

 

Davi recebe a notícia conforme lemos no início.

O lamento de Davi foi tão forte e tocante, que quem ler conclui logo que se tratava de um filho ótimo para o pai, e que, conseqüentemente, eles tinham a melhor das relações.

Conforme já vimos, puro engano.

A relação era muito tumultuada e Absalão era um péssimo filho.

 

Duas coisas ressaltam na história:

1) O amor de Davi pelo filho. Que carinho, que preocupação!

2) Imerecimento de Absalão

- planeja matar o irmão e pede para o pai liberar o tal irmão;   

- depois de perdoado, e recebido pelo pai, já mal intencionado, procura ganhar a simpatia do povo, falando mal do pai

- mente para o pai, viaja e se declara rei, contra o pai

- coabita em publico com as concubinas do pai

 

Quando se conhece a estória, aflora até uma indignação contra Absalão.

Como pode fazer isso com o próprio pai?

Esse homem não merecia um pingo de amor paterno, quanto mais toda aquela torrente!

 

Na realidade, é fácil dizermos isso de Absalão.

Mas sugiro você conhecer uma outra pessoa pior do que ele: você próprio!

 

Rm 5.8 (Deus aqui‚ é o Pai).

Notamos aqui exatamente os dois elementos que vimos na história de Absalão e Davi:

 

1) O amor do Pai Celestial.

A gente fica tocado como Davi chorou pela morte do filho, aliás, contra a vontade dele.

Só que Deus não somente suportou, mas DETERMINOU a morte do Seu Único Filho:  

Is 53.6; Rm 8.32

O motivo? Amor aos homens: Jo 3.16. Especialmente aos eleitos: Ef 1.4-5; 1Jo 4.9-10

Um amor que Deus derrama através da Sua graça: Ef 1.6-8; 2.4-7

 

O amor de Davi por Absalão é pequeno, insignificante, comparado ao amor de Deus Pai por Seus filhos. Foi um amor provado com alto custo.

 

Agora, note que Absalão, mesmo sendo perverso com Davi, era filho dele.

Mas nenhum de nós era filho de Deus quando Cristo morreu por nós: Ef 2.1-5

Ninguém nasce filho de Deus, mas criatura: Jo 1.10-13

Deus decide nos adotar como filhos quando exercemos fé em Cristo.  

 

2) O imerecimento nosso em recebermos tanto amor

Nossa posição diante de Deus antes da salvação, não é apenas que não éramos filhos.

Para piorar, éramos também grandes pecadores, conforme vimos em Rm 5.8 e Ef 2.1.

E sendo pecadores, éramos inimigos de Deus: Rm 5.10

 

E mesmo assim, a salvação em Cristo nos foi gratuitamente oferecida: Ef 2.8-10

 

Deus não tinha nenhum motivo ou obrigação para nos amar e oferecer salvação.

Ao contrário: Ele tinha motivos de sobra para nos deixar perecer no  inferno.

Nós o agredíamos constantemente, com a consciência acusando.

Feríamos a um Deus infinitamente santo e até nos alegrávamos como isso.

Absalão era um “anjo” comparado conosco.

O Senhor Jesus Cristo morreu por pessoas totalmente rebeldes a Deus.

E o Evangelho é oferecido a pessoas pecadores.

Graças a Deus pelo amor do Pai celestial, que nos salvou, reconciliando-se consigo mesmo, por meio de Cristo Jesus.

 

Pergunta: já que agora somos filhos, merecemos o amor do Pai? Sim e não.

Não, em termos pessoais, pois ainda somos pecadores, ainda magoamos o Pai.

Sim, em Cristo, pois Ele merece e estamos nEle.

Obviamente o alvo é tornar-se cada vez um filho agradável, pecando o menos possível.

Não seja um crente-Absalão, que só dá tristeza ao pai. 

Alegremos o nosso Pai celestial, que tanto nos ama e sejamos mais dignos do nome que temos de filhos de Deus.

 

Amigo, deixe de rebeldia e torne-se filho de Deus, pela fé em Cristo!

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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