PREGAÇÃO

Futuro incerto, agradável a Deus, tempo curto (Série ECLESIASTES 36)

Ec 9.1-10      61 minutos      24/04/2022         

Mauro Clark


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v.1-3a

A tese de Salomão aqui é que duas coisas ocorrem com todo tipo de pessoas.

Para descrevê-las, no início ele cita dois tipos benignos: justos e sábios.

Depois ele alista seis pares de pessoas, mas que contrastam entre si:

justo x ímpio; bom x mau; puro x impuro; o que oferece sacrifícios x o que não oferece; o bom x o pecador; o que jura x o que tem medo de jurar.

 

Quais são as duas coisas?

1. Ninguém sabe o que vai acontecer na sua vida aqui (v.1)

2. O mesmo acontece com todos (v.2, 3a)

 

Pergunta lógica: se ninguém sabe o que vai acontecer, como afirmar que a mesma coisa ocorre com todos?

Em termos individuais, ninguém sabe exatamente o que ocorrerá consigo mesmo.

Mas, em geral, as ocorrências sobre todos são basicamente as mesmas: encontra amor e encontra ódio, alegrias e tristezas, dinheiro e falta de dinheiro, saúde e doença, etc.

 

Quer dizer que tudo corre ao acaso?

O ateu se apressaria para dizer “É óbvio!”

De fato, olhando apenas embaixo do céu, tudo parece ser ao acaso.

Mas Salomão insiste que “embaixo do sol” é apenas uma parte da realidade.

E a parte menos importante!

A mais importante está acima do sol, onde está Deus, a quem todos estão sujeitos: Todos ... estão nas mãos de Deus (v.1).

 

Pergunta lógica: se todos estão nas mãos de Deus e Deus é bom e justo, como Salomão diz que é um mal o fato de a mesma coisa acontecer com todos?

Porque ao mesmo tempo em que Deus é bom, Ele também é justo e santo.

E depois que o homem pecou, Deus impôs essa maldição de que, na terra, ninguém sabe o que vai suceder.

Em suma, isso é consequência do pecado.

E como Salomão explica, esse mal não livra o crente, o bom, o justo, o puro etc.

 

Duas lições:

1. Esse mal deve ser um fator a impulsionar o crente no desejo de ir para o céu – onde teremos certeza de que somente coisas boas nos ocorrerão.

2. Não é desculpa alguém se tornar materialista e não crer em nada, com o argumento de que é por causa da vida sem sentido daqui.

O sentido da vida embaixo do sol está muito bem guardado pelo que está acima do sol!

 

v.3b-9

Salomão agora declara a iniquidade de todos os seres humanos: cada um vive com o coração cheio de maldade... e cheio de loucura.

E depois da vida aqui, todos vão rumo aos mortos.

Alguns poderiam pensar: “Se vou morrer, então para que dar freios à minha maldade e loucura, se me dão alguma alegria?” (Tipo: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (Is 22.13, citado em 1Co 15.32))

Salomão destrói esse argumento: se você está vivo, ainda há esperança. (v.4)

Mesmo com sofrimentos, dúvidas, incertezas, há muito o que se pode fazer para aproveitar a vida embaixo do sol.

 

Mesmo se alguém achasse que a morte seria melhor que a vida, se já morreu, foi para a sepultura, acabou toda a oportunidade de qualquer tipo de vínculo com a vida na terra: nenhuma recompensa a receber, esquecido de todos, sem sentimentos a dar ou receber, sem obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Acabou tudo relativo à vida embaixo do sol. (v.5,6,10).

 

Daí a comparação (v.4b): um cão vivo (a vida, mesmo sofrida) é melhor do que um leão morto (a morte, mesmo que alguém achasse que seria melhor).

Importante: Salomão aqui está focado apenas na sepultura, como o fim da vida nesta terra. Não entra no assunto da vida eterna (que ele afirma em várias partes do livro).

 

Mas, o que está vivo tem esperança de que?

De viver uma vida que valha a pena viver, como, por exemplo:

... vá e coma com alegria o seu pão e beba com prazer o seu vinho. (v.7a) 

Observe “com alegria” e “prazer”: é totalmente apropriado o ser humano sentir prazer nas coisas mais básicas da vida, como comer e beber.

E mais: no beber o vinho deve estar incluída a ideia da sensação de leveza e alegria que um beber moderado traz (Ec 10.19; Sl 104.15).

 

Até aqui, qualquer pessoa concordaria facilmente com essa receita.

E alguns até esperariam como próximos exemplos: divirta-se com mulheres, festas, ganhe dinheiro de qualquer jeito, etc.

Mas não é o que Salomão diz: contrário, para esses, Salomão se torna um grande estraga-prazer quando coloca Deus na equação:

 

... pois Deus já se agradou do que você faz (v.7b)

Embora estivesse falando da humanidade em geral, parece que Salomão afunila para pessoas que temiam a Deus. 

Ou seja, pessoas que queriam tirar desta vida o que pudessem de bom, mas ao mesmo tempo preocupadas em agradar a Deus.

É nesse tom que ele continiua, com mais três atitudes corretas aos olhos de Deus:

* ... vestes brancas: ou limpas, dignas, ou sem sangue (v.8)

*... nunca falte óleo sobre a tua cabeça (v.8): limpeza, alegria, boas relações

* ...aproveita a vida com a mulher que você ama, todos os dias dessa vida fugaz que Deus lhe deu debaixo do sol (v.9): monogamia (impressionante isso, vindo de Salomão!), fidelidade conjugal, equilíbrio familiar, etc.

 

Lição importante:

No mesmo versículo (9): Aproveite a vida... trabalho com que se afadigou.

Aproveitar a vida lado a lado com trabalhar: equilíbrio.

Aproveitar de mais a avida, sem trabalhar, é errado. Trabalhar demais sem aproveitar a vida também é errado! Que lição de Eclesiastes!

 

v.10: Ao mesmo tempo em que repete as condições na sepultura (sem obra, projetos, etc), mais duas lições valiosas:

* Esteja atento às oportunidades de fazer o bem (implícito).

* Disponha-se a fazer, quando chegar o momento.

* Não desperdice tempo, faça logo, pois está diminuindo o tempo para você fazer, NA TERRA, coisas que agradam a Deus.

 

Que Deus nos abençoe! Amém.

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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