PREGAÇÃO

Jesus: o vencedor do mundo!

Jo 16.25-33      57 minutos      15/09/2013         

Mauro Clark


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Última etapa da conversa de Jesus com os discípulos, a caminho do Monte das Oliveiras, onde foi traído.

 

v.25: Estas cousas: talvez resumo de tudo o que havia falado nos 3 anos de ministério.

Mc 4.33-34: Jesus falava tudo por parábolas, conforme a capacidade dos ouvintes.

E mesmo explicando em particular aos discípulos, a capacidade de entendimento espiritual deles ainda era muito pequena.

 

Vem a hora… vos falareis claramente a respeito do Pai:

É difícil saber exatamente a que OCASIÃO Jesus se refere.

Ele não era muito preciso em questão de tempo, certamente porque para Ele o mais importante era dizer que determinado FATO iria ocorrer no futuro.

Quanto ao momento exato, era secundário.

Pode se referir aos 40 dias pós-ressurreição e antes da subida ao céu, em que, nesse casso, falaria de modo mais aberto, mais claro, mais detalhado sobre o Pai.

 

Mas é mais provável que se refira ao período pós-ascensão, quando falaria através do Espírito Santo, que iria ensiná-los toas as coisas que Jesus não tinha dito.

Seja como for, viria fase nova e mais rica de revelação sobre o Pai.

 

v.26-27a: Naquele dia pedireis em meu nome

Deve ser à época de AUSÊNCIA DELE, além de indicar o costume que iria começar.

Ou seja: a nova fase da habitação Espírito Santo neles.

Novamente toca no assunto de oração, lembrando que não mais seria diretamente com Ele, mas em nome dEle.

E acrescenta informação muito interessante:

 

não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama

Parece contradição ao ministério dEle como INTERCESSOR: Rm 8:34; Hb 7:25; 1Jo 21.

Mas não é. Não entrarei em detalhes sobre esse assunto estimulante e muito agradável.

 

RESUMO: o ministério intercessor de Jesus é baseado na OBRA que Ele realizou, NÃO no poder de argumentação junto ao Pai de que o Pai deveria nos amar mais, ter mais misericórdia conosco, não deveria esquecer o que Cristo fez, etc.

Em suma, a intercessão consiste muito mais na mera PRESENÇA de Cristo junto ao Pai, com o poder que Ele adquiriu de se tornar o Salvador do mundo.

 

Opinião minha: Se há palavras do Filho ao Pai (e deve haver), deve ser mais no sentido de transmitir como Ele se sente feliz em ter vencido a morte e o Diabo, do quanto Ele ama os discípulos, de que Ele se agrada em saber que não há mais condenação para eles,etc.

Mas posso afirmar que nunca visando CONVENCER o Pai a amar os crentes.

Ele disse explicitamente: O Pai vos ama!

É como se dissesse: “NÃO PRECISA eu pedir ao Pai por vocês. Vocês não podem imaginar O QUANTO Ele já ama vocês. Aliás, antes mesmo de vocês existirem!”

 

Importante: Jesus fazia questão que Seus discípulos conhecessem melhor o Pai.

Havia dito que o Pai daria tudo o que eles pedissem no nome dEle (v.23).

Depois dissera que viria a hora em que Ele falaria claramente a respeito do Pai (v.25). Agora diz que o Pai os amava.

É como se estivesse incomodado pelo fato de que eles POUCO conheciam o Pai e se constrangia de que Ele tinha se exposto mais aos discípulos que o Pai.

Parece que queria COMPENSAR essa diferença falando muito no Pai.

Por outro lado, o Pai por duas vezes disse “Este é o meu Filho amado, a Ele ouvi”, fazendo questão de mostrar que queria que os homens O conhecessem e obedecessem.

Além disso, o Pai e o Filho enviavam o Espírito Santo para a tarefa maravilhosa de habitar nos crentes, ensiná-los. 

O Espírito Santo, por sua vez, exalta o Filho no coração dos crentes.

Em suma, vemos cada uma das 3 Pessoas da Trindade intensamente interessada em levar os homens (em particular aos crentes) a adorar TAMBÉM as outras duas Pessoas.

 

Voltando: Alguém poderia perguntar: Jesus se refere a QUE TIPO de amor do Pai pelos discípulos? O amor de Jo 3.16, “Deus amou o mundo”? Resposta:

 

v.27b: visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus

O amor do Pai pelos discípulos estava diretamente vinculado ao fato de que eles amaram a Cristo e além disso creram que Ele vinha de Deus, ou seja, que Ele era o Filho de Deus.

 

Certa vez ouvi mãe dizer: “O que você está fazendo pelo meu filho é como se fosse para mim.” Depois corrigiu: “Aliás, é MAIS do que se fosse para mim.”

 

Pois alguém amar a Cristo e crer nEle “derrete” o coração do Pai.

O Pai dedica então ao crente um amor muito especial.

Não o amor geral de Jo 3.16, como Criador, mas amor de Pai.

 

v.28: A conversa chegava ao fim e Jesus faz um resumo do que vinha dizendo até aqui.

 

v.29-30: Os apóstolos sentiram que estavam entendendo mais e se alegraram.

E viram que Jesus estava disposto a falar coisas do alto, sem que ficassem perguntando.

Parece que a mente deles começava lentamente a se abrir. Mas ainda faltava muito.

 

v.31-32: Jesus não se empolga com a declaração de fé deles.

Aliás, O motivou a fazer uma afirmação dura do que iria acontecer.

Não que discípulos estivessem fingindo, ou tivessem fé irreal, mas IMATURA, frágil, não suficiente para sustentá-los na crise.

 

Algumas vezes Jesus vibrava com demonstração pública de fé forte, real, pura:

* Mulher fenícia: “Ó, mulher, grande é a tua fé. Faça-se contigo como queres" (Mt 15.28)

* Centurião: Nem mesmo em Israel achei fé como esta". (Mt 8.10)

 

Por outro lado, Ele não se deixava influenciar por afirmações de efeito a seu favor, meio exageradas, baseadas talvez em emoção:

* Mulher na multidão: Lc 11.27-28 - resposta fria.

* Os que creram nEle sem convicção: Jo 2.23-25

 

Voltando, parece que Ele achou a afirmação incompatível com a realidade da fé deles.

Devemos ter cuidado com o que dizemos para Deus em nossas orações.

Cuidado para não dizer algo DESPROPORCIONAL ao que o seu coração está absolutamente convicto e nem INCOERENTE com o seu andar com Deus.

 

É mau gosto um garoto desobediente, mas jeitoso, dizer: “Pai, tu és um pai exemplar, tenho orgulho de ser teu filho, meus colegas não sabem o que ter um pai de verdade”.

 

Nunca pense que MERAS palavras de efeito vão impressionar a Deus e sensibilizá-lo.

Ele sempre examinará se as palavras são COERENTES com o seu coração e com o nível de obediência e confiança nEle.

 

Voltando: Jesus claramente prevê o terrível e triste momento (que ocorreria nas próximas horas), em que todos O abandonariam e O deixariam completamente só.

 

Quantas vezes falamos bonito e minutos depois estamos numa encruzilhada: Cristo ou o pecado. E nos entregamos às garras do pecado, deixando Cristo de lado e entristecendo o Espírito dEle que habita em nós. Como somos fracos!

Cuidado com uma autoconfiança, que terminará em arrogância espiritual.

 

Após dizer que ficaria só, Jesus completa:

contudo, não estou só, porque o Pai está comigo.

Como se dissesse: Estarei só em termos de companhia humana, mas em termos reais, MINHA ALMA não estará só.

 

Esse privilégio da presença constante do Pai, repassou aos Seus discípulos.

Nunca estamos só. O Pai e o próprio Jesus fazem morada em nós, pelo Espírito Santo.

O Deus triuno está conosco.

 

Um soldado preso no país inimigo, isolado na mata, num cubículo de 1m2, longe de tudo e de todos, SE É CRENTE, não pode dizer que está só. Deus está com ele.

E se Deus está com ele, companhia humana fica secundária: Eu e Deus somos maioria!

 

v.33: Últimas palavras da longa conversa. Palavras belíssimas.

estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim

Não para deixá-los tristes, irrequietos, confusos. Mas por um só motivo: PAZ EM MIM.

Se desse a entender que a paz nEle seria garantia de ausência de aflição no mundo, estaria CONTRADIZENDO tudo o que havia dito até aqui.

Então repete com toda a clareza: no mundo passais por aflições

À 1a. vista pode parecer contradição falar em PAZ e AFLIÇÃO ao mesmo tempo.

Mas a NATUREZA da paz e da aflição são diferentes.

A aflição é no mundo, no percurso desta vida. A paz é nEle, ou seja, é INTERIOR, dentro da alma. Uma paz transmitida por Ele.

 

Todos nós crentes conhecemos esta experiência de aflição no mundo e a paz em Cristo.

Você, amigo, só conhece a parte ruim: aflição no mundo. Não exatamente como a do crente, pois você não é perseguido.

Mas tristeza, frustração, você conhece. Que tal conhecer a outra parte, a paz em Cristo?

 

A última frase é de puro ânimo:

Não desanimem. Com a ajuda do Pai, minha e do Espírito Santo, vocês podem vencer. Falo isso por experiência própria. Eu venci o mundo. Fui tentado de todas as formas e não caí. Nunca desobedeci o Pai. Deixei-me dirigir pelo Espírito Santo.

O resultado está aí para quem quiser ver: vitória sobre o mal, sobre o Diabo, sobre a morte. VITÓRIA TOTAL!”

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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