PREGAÇÃO

Quero mesmo o céu? (Série ÀS PORTAS DO CÉU 1 de 3)

      64 minutos      27/10/2012         

Mauro Clark


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Meus colegas já falaram o suficiente sobre a realidade da morte física, da morte eterna no inferno (para os homens sem Cristo) e da salvação eterna, no céu (para os crentes).

Já explicaram sobre os sentidos dos termos Paraíso, céu, novo céu, nova terra, etc.

Não preciso, portanto, me deter na explicação dessas coisas.

 

Meu alvo é falar da extrema importância do crente levar o céu em consideração enquanto aqui na terra.

 

Era uma vez... uma moça pobre, numa pequena cidade.

Chega o príncipe herdeiro de um país distante e rico. Mas ele vem meio disfarçado.

De modo fantástico e contra as probabilidades, eles se conhecem, se enamoram e noivam

Mas o príncipe não pode levá-la quando retorna.

Fará todos os preparativos para as bodas e a chamará quando chegar a ocasião.

E esse momento poderá ser a qualquer hora. Enquanto isso ela aguarda a chamada dEle.

 

Lá longe, profundamente apaixonado pela esposa, ele...

* Estará preparando lugar - e que lugar: o melhor possível no seu reino!

* Se sentirá meio incompleto, como casal, enquanto ela não chegar

* Gostaria que a noiva estivesse contando os minutos para vir ao seu encontro

* Ele próprio anseia pela chegada da sua esposa querida, pois deseja muito que o Rei, seu pai, veja essa união.

 

Quanto a ela, também apaixonada...

* Ficará sonhando acordada, pensando em como será o lugar que ele está preparando

* Se sentirá meio incompleta enquanto ele não chamar

* Mesmo gostando da casa dos pais, achará a vida meio sem graça sem o seu amado

* Mesmo tendo obrigações nos dias de espera e mesmo fazendo-as com seriedade, essas obrigações passarão a ser altamente secundárias na sua escala de valores.

* EM SUMA, ela estará ansiosa pela chamada do noivo para consumar o casamento

 

Agora pergunto: Esta história romântica, cheia de expectativa e com a certeza de final feliz, reflete a real e atual situação entre: 1) Cristo e você; e 2) Você e Cristo?

 

A sua resposta indica o quanto você tem entendido os motivos de querer ir para o céu.

 

Quanto à primeira situação, se Cristo se sente com relação a você do modo como o príncipe da ilustração, certamente você dirá SIM. E estará certo.

Os pontos de contato com a ilustração são evidentes pela Bíblia:

 

* Cristo deixou a glória do Pai, no céu; pobre e humilde veio a este mundo pecador, sofreu e morreu pelos pecados dos homens a quem veio salvar, tornou-se noivo da igreja (coletivamente) e individualmente de cada crente.

Voltou para Deus no céu, onde reassumiu toda honra, glória e autoridade.

E disse que iria preparar lugar para os Seus discípulos: Jo 14.1-3

(Quanto ao voltar, não cabe na nossa figura, pois esse retorno ocorrerá quando a igreja estiver completa e virá então buscar a todos nos ares - os que já tiverem morrido receberão seus corpos glorificados e os que estiverem vivos serão transformados. A figura se refere à morte de cada crente antes da Tribulação, que equivale a ser chamado por Cristo para ir ao Paraíso).

 

* O corpo místico de Cristo, que é a Igreja, estará incompleto no céu, enquanto cada crente não chegar lá e, finalmente, todos forem glorificados. Como Cristo é o Cabeça desse “organismo místico”, algo na função e posição celestial dEle, considerando-se  o plano da salvação, estará aguardando se completar, enquanto o último crente da Igreja não chegar no céu.

 

* Tt 2.11-14: Cristo gostaria que cada crente vivesse em compasso de espera, aguardando a bendita esperança - que é Ele mesmo.

É fácil concluir que o comportamento padrão do crente não deve ser visto como um fim em si mesmo, mas como um PREPARO para esse encontro.

 

* O próprio Jesus está ansioso pela chegada do momento de cada crente ir ter com Ele.

Jo 17.24: Esta vontade de Cristo com relação a você, diante do Pai, ainda não foi realizada, pois você ainda não está com Ele no céu!

E quando chega o dia do crente partir da terra, Jesus não espera nem outro dia para chamá-lo para o Seu lado. É no mesmo dia! Lc 23.43

 

Em suma: o noivo da história, no desejo de chegar a hora de mandar buscar a sua noiva, ilustra bem Cristo como o nosso Noivo.

 

Agora, a grande pergunta: e quanto à ansiosa expectativa da noiva de ser chamada para o grande encontro, pode-se dizer que ilustra bem VOCÊ próprio?

 

Ou seja, que você, também apaixonado por Cristo...

* anda sonhando acordado, pensando em como será o lugar que Ele está preparando?

* se sente meio incompleto enquanto Cristo não lhe chamar?

* mesmo gostando da família, dos amigos, das coisas que possui, da natureza, acha a vida meio sem graça sem a companhia de Cristo?

* mesmo tendo obrigações nos dias de espera aqui na terra e mesmo fazendo-as com seriedade, você acha essas obrigações secundárias na sua escala de valores?

* EM SUMA, você vive em grande expectativa pela chamada do Noivo para consumar o casamento com você no céu?

 

Essas perguntas são cruciais para mostrar o quanto você corresponde à expectativa que o Noivo, Cristo, tem quanto ao encontro com você.

 

Todas essas perguntas poderiam ser resumidas numa só, que é o título desta palestra “Quero MESMO o céu?”

Não tenho dúvidas que a resposta de todo crente é “sim”.

Mas, convenhamos: enquanto alguns poucos diriam um alto e sonoro “SIM!”, talvez a maioria sussurre um tímido “sim”, quase inaudível, sem graça e querendo complementar “... mas se puder adiar, né?”

 

Bem, cada um sabe o tamanho do seu “sim”.

E seja qual for o tamanho do seu, meu objetivo nesta palestra é lhe ajudar a querer AUMENTAR no seu coração a força, a intensidade desse “Sim”.

E acho que a melhor estratégia é lembrar que a Bíblia dá MOTIVOS de sobra para que essa vontade seja enorme, quase uma ansiedade.

 

Afinal, se não há bons motivos, qual o sentido de ter vontade?

Se eu não quero levar uma queda é porque não encontro um só bom motivo para isso.

Mas que eu conto as horas para sair para jantar com minha esposa, filhos e amigos, é porque posso alistar vários ótimas razões para isso.

 

Vejamos quatro espetaculares MOTIVOS que a Bíblia apresenta para desejarmos o céu:

 

1. Você faz parte de uma nova Criação, que é do céu: 2Co 5.14-17.

Paulo ficava constrangido em ter sido alvo de um amor tão grande que havia causado uma transformação profunda no seu ser, a ponto de ele olhar para a criação ao seu redor e achava que era coisa do passado.

Você associa o amor de Cristo por você, mais por ter lhe dado uma boa família, um bom emprego, um bom carro - ou por ter garantido um lugar para você numa nova Criação celestial?

 

E se Paulo era agora nova criatura, estava mirando algo novo, à frente, diferente - não mais desta criação.

A própria vida aqui passou a ser em função dAquele que morreu por ele.

As relações com as pessoas daqui (segundo a carne) passaram a ser diferentes, deixando a parte humana, terrena, em segundo plano e priorizado as relações espirituais.

Por exemplo, a ligação que você tem com seu pai, como filho, é provisória.

Que você tem com seu marido, como esposa, é provisória. Etc, etc.

 

Por outro lado, a ligação que você tem com um irmão em Cristo nunca encerrará, continuará eternidade adentro (com aperfeiçoamentos, é claro).

Então as ligações familiares (embora importantes e do interesse de Deus) devem se tornar secundárias, com relação às espirituais.

Ter isso em perspectiva é essencial para uma vida cristã séria, comprometida, profunda.

Mostra que, no final das contas, o que ocorrerá no céu é o que mais deve ser levado em consideração aqui na terra.

Afinal, a nova criação, a que você agora pertence, se completará e se tornará plena no céu: 1Co 15.45-49.

O que você é aqui, como homem terreno, é altamente provisório. O definitivo mesmo virá depois, quando você assumir de forma plena e perfeita a imagem celestial, de Cristo.

Só que essa imagem já começou a ser formada aqui!

Paulo via esse contraste “terreno-celestial” com muita clareza e isso afetava toda a filosofia de vida dele.

 

Ao inverter esses valores, priorizando mais as coisas da terra e se agarrando nesta criação condenada, o crente está na contramão do que Deus planejou e ordena.

Isso é desobediência!

Triste resultado: pensará no céu como algo meio vago, pouquíssimo atraente.

E levará uma vida confusa, sem graça, com medo da morte, sem prazer na idéia de partir.

Por outro lado, se coloca as coisas na devida ordem, ah, que prazer ao pensar no céu!

 

2. Você pode ter CERTEZA que o casamento com Cristo, a sua participação na nova criação, enfim, tudo o que foi prometido por Deus na Bíblia, irá se consumar no céu

Foi o próprio Noivo quem garantiu: Jo 10.28-29; 1Pe 1.3-5; Jd 24-25

Uma das coisas mais frustrantes da vida é fazer planos de coisas agradáveis, mas sem saber se vai dar certo.

As férias estão chegando, primeira viagem para a Europa, uma semana antes um parente querido adoece gravemente e tudo fica suspenso.  

 

Pior ainda é quando a bolha de um sonho estoura de vez, repentinamente.

* Dentro do exemplo do início, quantas moças já receberam a notícia da desistência do noivo dias antes do casamento, algumas mesmo no altar?

 

Quanto ao céu, você pode e deve fazer planos, se preparar, sonhar à vontade!

Pode preparar o enxoval! Pode fazer as malas! A chance desse projeto se frustrar é zero!

 

3. É no céu que você começará a usufruir o investimento que fez nesta vida, para lá

O próprio Jesus nos instigou a isso, dando garantias que no céu o investimento estaria seguro: Mt 6.19-20

Paulo quase repetiu: 1Tm 6.17-19

E ele próprio levou isso tão a serio, que no final da vida, se sentia muito confortável por ter investido no céu: 2Tm 4.8

 

O normal de quem poupa e investe, é esperar ansiosamente pelo momento de usufruir.

Pois o dia de ir para o céu é o dia de começar a receber os dividendos!

 

- Mas, espere: estou partindo do princípio que você tem levado a sério esse investimento no céu. Mas, será mesmo?

Talvez bem pouco, não é?

Por dois motivos: 1) Apego exagerado aos tesouros daqui.

2) Não confia muito nas palavras de Cristo e dos outros autores bíblicos.

 

Ainda há tempo de mudar de atitude e se especializar nesse investimento.

Uma das parábolas mais misteriosas de Cristo (mordomo infiel, Lc 16) trata precisamente  de um alerta de Cristo para que o crente fique super atento para utilizar as coisas materiais daqui em benefício de valores espirituais futuros, a serem desfrutados no céu.

 

4. Você, um pecador indigno, merecedor do inferno, saber que no céu há um Deus, Todo-Poderoso,  bondoso, santo, lhe esperando para compartilhar maravilhas!

Isso é tão bom que é difícil de acreditar. Aliás, impossível! O homem natural não acredita.

E nós só acreditamos porque o Espírito Santo nos deu fé.

Comparemos de um lado a mediocridade da nossa própria pessoa, os padrões baixos deste  mundo e do destino que nos estava reservado; do outro, a excelência da Pessoa de Cristo e das coisas celestiais que nos aguardam.

Basta esse CONTRASTE para se tornar um motivo fortíssimo para desejarmos ir para aquela vida maravilhosa que nos espera.

Conhecedor da própria insignificância e indignidade, Davi vibrou quando soube das promessas maravilhosas de Deus a favor dele e da sua casa, que incluíam tempos eternos: 2Sm 7.18, 24-26. Embora “para sempre” no hebraico possa significar “longo tempo”, Davi cria na vida eterna (como veremos na última palestra) e deve ter dado um sentido muito mais duradouro do que apenas longos anos na terra.

 

O quanto você se deixa influenciar pelas promessas de Deus quanto ao seu futuro?

 

FINAL

Espero que estes motivos contribuam para lhe dar mais vontade de ir para o céu.

Mas isso não é tudo.

Por mais que você compreenda que os motivos sejam fortes e que a sua vontade seja sólida, pode se tornar uma vontade ESTÁTICA, que não aumenta e nem diminui, apenas uma informação técnica encostada num cantinho do coração, aguardando a realização.

Mas agir assim é um desperdício!

A vontade do crente de ir para o céu deve ser tratada de maneira muitíssimo especial, diferente de toda e qualquer tipo de vontade de coisas na terra, por melhores que sejam essas coisas.

A semente da vontade de ir para o céu foi plantada no coração do crente pelo próprio Espírito Santo.

E essa vontade, para existir, custou a vida do nosso Príncipe, do nosso Noivo.

Deixar essa vontade encostada, essa sementinha sem crescer, é quase um crime!

 

O crente sábio se dedicará a TRABALHAR essa vontade, exercitando-a dia a dia, tornando-a maior e mais bonita, e, enquanto isso, vai burilando, polindo, tratando essa vontade como a grande jóia da sua vida.

A qualidade de vida de um crente que valoriza o desejo de ir para o céu é muito superior à de quem não faz muito caso desse desejo.

Afinal, o próprio Deus manda vivermos em função das coisas celestiais:

Cl 3.1-2

buscai: ζητεω zeteo: “procurar a fim de encontrar; procurar [para descobrir] pelo pensamento, meditação, raciocínio; investigar ... visar, empenhar-se em” - Strong

 

pensai: φρονεω phroneo: “refletir sobre a própria opinião...  dirigir a mente para algo, procurar, esforçar-se por” - Strong

São palavras muito fortes, que, embora tendo algo em comum, se complementam: não adianta buscar sem refletir (fica mecânico) e nem adianta refletir sem buscar, sem se esforçar (fica teórico). A adoção desses dois conceitos leva a uma verdadeira FILOSOFIA DE VIDA, uma postura diante das coisas daqui.

Sempre me impressionou a ênfase negativa: não nas que são aqui da terra.

 

E dá 3 motivos para o seu conselho:

1) É lá no alto que Cristo vive.

2) Já morremos para as coisas daqui de baixo

3) (Comentarei na próxima palestra).

 

Na próxima palestra, mostrarei algumas maneiras de cultivarmos melhor a vontade de ir para o céu, fazendo dessa vontade algo extremamente valioso na nosso vida, a ponto de afetar toda a sua maneira de viver aqui na terra.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 73 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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