PREGAÇÃO

Tudo novo – 3 de 3 (Série APOCALIPSE 71 de 75)

Ap 22.1-22.17      66 minutos      10/11/2019         

Mauro Clark


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Continuando com as características da Nova Jerusalém:

5ª. característica

Fisicamente de dimensões enormes, mas dentro da nossa escala: 21.12-17

Tinha 12 portas, 3 em cada direção, cada porta era uma pérola gigante.

O anjo que falava com João tinha uma vara de ouro para medir a cidade.

Medida de homem, de anjo: Talvez dizendo que o anjo é que mediu, mas a medida era conhecida por homens (1 estádio = 185 metros)

Largura e altura iguais: 12 mil estádios = 2.200 km (Fortaleza – Rio)

A forma geométrica não é clara: se cubo ou pirâmide.

A altura também é 2.200 km (ou do cubo, ou da base até o topo da pirâmide).

Claro que o próprio fato de uma cidade ter altura é misterioso para nós.

Muralha: 65 metros (altura ou espessura).

 

6ª. característica: ABUNDÂNCIA.

Mas, antes da abundância do que terá, vejamos a total ausência do que não terá:

21.4: Não haverá lágrima, não haverá morte, não haverá luto, não haverá pranto, não haverá dor.

21.6b; 22.17: não haverá sede.

Essas passagens parecem dizer que haverá sede no estado eterno, mas isso contradiria tudo o que a Bíblia fala das maravilhas da salvação. Opções:

Deve então se referir aos que tiveram sede na terra ou trata de “sede espiritual”, no sentido de desejo de bênçãos.

 

Is 35.10b: Não haverá tristeza, não haverá gemido.

Ap 22.3: Não haverá nenhuma maldição

 

Mas apenas não haver mais sofrimento, é pouco, pouquíssimo!

Conforme falei, haverá ABUNDÂNCIA:

* Abundância de alegria:

Is 25.9: ênfase na expectativa cumprida!

Is 35.10: cânticos de júbilo, alegria eterna, gozo, alegria: 3 palavras hebraicas diferentes.

Is 65.17-18: alegria para sempre

Jo 16.20-22: alegria total, contínua, “intirável”.

 

* Haverá também ABUNDÂNCIA de sustento, de saúde, de energia, de vida.

Tudo isso será garantida pela misteriosa árvore da vida.

Parêntese para falar dela.

Árvore da vida: sete vezes na Bíblia, sendo 3 em Gênesis e 4 em Apocalipse.

(Há algumas outras que falam de “árvore de vida”, mas no sentido figurado de saudável).

1ª. vez: antes da Queda: Gn 2.9.

Não há a menor explicação do que significa, apenas sabemos que era livre comer dela.

Fica implícito que os frutos dessa árvore garantiriam a continuidade de vida.

Mas Adão e Eva desobedeceram a Deus comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal, expressamente proibida.

Deus disse que se desobedecessem voltariam ao pó, ou seja, morreriam fisicamente – o que, obviamente, aconteceu.

 

Só que para o homem experimentar a morte física, o próprio Deus teria de tomar uma providência urgente e radical: bloquear totalmente o acesso do homem à árvore da vida.

É o que se conclui das 2ª e 3ª citações da árvore da vida – depois da Queda:

Gn 3.22, 24: agora fica evidente que essa árvore garantiria a continuidade da vida física.

Poderíamos então dizer que essa providência de Deus foi por causa da Sua palavra, que precisava ser cumprida e o homem morrer fisicamente.

Só que havia algo mais: quando o homem pecou, não apenas se tornou mortal fisicamente (se não comesse da árvore da vida), mas também teve seu espírito separado da comunhão de Deus, o que chamamos de morte espiritual.

E essa morte espiritual continuaria enquanto o homem vivesse no corpo.

Ou seja, caso comesse da árvore da vida, de fato o homem viveria eternamente no corpo, mas miseravelmente destinado a passar a eternidade debaixo da ira do Criador, totalmente cortado da comunhão com Deus!

Mas Deus havia planejado um plano de salvação espiritual, que incluía o derramamento de sangue de um ser humano sem pecado (que também teria a natureza divina).

Se alguém exercesse fé nesse Salvador, mesmo ainda vivendo no corpo de pecado, a morte espiritual cessaria imediatamente, essa pessoa teria seu espírito regenerado, e haveria uma ressurreição espiritual, com a alma religada a Deus.

Mas, mesmo já em comunhão com Deus, o homem teria de morrer fisicamente, quando a alma iria estar com Deus e depois receberia um corpo ressuscitado.

Então, vemos a misericórdia de Deus ao barrar o acesso do homem pecador e perdido, à árvore da vida. Sem isso, não haveria ninguém novo nascimento em Cristo!

Sem isso, não haveria o que Paulo disse em 1Co 15.42-43:

Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.

Graças a Deus, que impediu de Adão e Eva de chegarem até à árvore da vida!

 

Mas, o que foi feito dela, depois de Adão e Eva serem expulsos do jardim do Éden?

Até quando os querubins, com espada que se movia, guardaram a árvore? Não sabemos.

Avançamos na leitura da Bíblia sem mais uma palavra sobre ela. Parece que Deus desistiu dela.

Mas quando chegamos no último livro da Bíblia, logo no começo, de repente nos deparamos com uma agradável surpresa:

 

Ap 2.7: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.

Esta é a primeira das 4 passagens em Apocalipse sobre a árvore da vida.

Tratarei somente das duas primeiras, pois as duas últimas são apenas para enfatizar que o acesso a ela é um dos privilégios do salvo. Ap 22.14, 19

 

O fato é que Deus não se esqueceu da árvore da vida!

Ele promete aos crentes da Igreja de Éfeso (e aos crentes em geral), que um dia eles se alimentariam dela, no Paraiso de Deus.

Nenhum detalhe é fornecido quanto a essa nova árvore da vida.

 

Agora, no finalzinho de Apocalipse, Deus instaura o estado eterno, com um pedaço dos lugares celestiais, a Nova Jerusalém, descendo até a nova terra, e Deus vindo junto, onde habitará eternamente com os salvos.

 

E veja o que está lá, no meio da praça, na Nova Jerusalém: a árvore da vida!

No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Ap 22.2

 

Fica evidente que o Paraíso de Deus referido no capítulo 7 é a Nova Jerusalém.

O que é essa nova árvore da vida?

Não há quem consiga definir com exatidão, apenas fazer algumas afirmações.

Antes de tudo, não creio que seja meramente um símbolo.

Acho que será de fato uma árvore, não de madeira, água, clorofila, ou seja, não com os mesmos constituintes físicos, mas pelo menos no seu aspecto e função.

Quanto ao aspecto, note que João a identificou facilmente como árvore.

Além do mais, também tem frutos, como a outra (e também folhas).

 

Quanto às funções da duas, também se assemelham

Na primeira, os frutos produziriam o efeito de prolongar eternamente a vida física de quem os comesse.

Nesta, embora não fale do efeito dos frutos, mas diz claramente que servirá de alimento (2.7), e de maneira contínua, sem nunca faltar.

 

E assim fechamos o parêntese explicativo da árvore da vida e voltamos à questão da 6a. característica da Nova Jerusalém, que é ABUNDÂNCIA.

Repetindo:

* Haverá ABUNDÂNCIA de sustento

Embora deva ser fruto real, o ato de comer pode ser simbólico da vida eterna que possui.

 

E tem mais:

* Abundância de saúde, de vitalidade, de energia, de disposição e gosto para viver e para servir. 

O texto fala do efeito das folhas da árvore da vida: serão para a cura dos povos.

cura: gr θεραπεια therapeia: serviço prestado por alguém à outra pessoa, especialmente serviço médico.

Talvez uma maneira de dizer que não haverá doença, mas a continuidade de saúde perfeita, saúde de sobra.

 

Além da árvore, é espetacular sabermos que lá também haverá uma fonte de água localizada no próprio trono de Deus e do Cordeiro, e da fonte saía um rio.

Só que não era água comum, mas a água da vida.

21.6bEu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida

Ainda durante a Tribulação, um dos anciãos havia dito a João:

7.17: pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida

Quando expus esse texto, falei: Ele não apontará e dirá: “Vão, bebam”. Mas, “Venham comigo, quero lhes mostrar uma coisa, uma fonte nova!”

 

22.17: O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida

Impossível não se lembrar das palavras de Jesus em Jo 4.13-14.

Chegou precisamente a época a que Ele se referiu, de cumprir o que Ele prometeu.

 

22.1-2a: Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida...

 

Mesmo raciocínio que fizemos para a árvore da vida: a água da vida não deve ser H2O, mas, embora de outra constituição física, devia parecer com água que conhecemos, a ponto de João identificá-la várias vezes assim.

E beber dessa água simbolizava a vida eterna que cada um já possuía em abundância.

Explicação excelente da água da vida: Is 12.2-3

 

Confesso que não consigo imaginar uma vida sem dor, sem tristeza, sem saudade, sem choro, sem fome, sem sede - só com alegria, fartura e mais alegria. Simplesmente não temos referencial.

Será absolutamente espetacular.

Mas, por mais espetacular que seja, ainda será pouco comparado com a realidade sublime de estar na presença de Deus, em local iluminado pela própria glória de Deus.

E mais: não apenas desfrutando da glória dEle, mas da comunhão pessoal com Ele!

Esse é alvo máximo, supremo, que um ser humano pode e deve almejar.

E essa realidade, essa, sim, é impossível imaginar, de tão boa.  

 

E aí está exposto tudo o que pude sobre a Nova Jerusalém e sobre a nova terra, conforme os cap. 21 e 22.

 

Termino com 1Co 2.9:

Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. 1Co 2.9

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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