Mais nobres

Observemos o apóstolo Paulo durante uma parte da sua segunda viagem missionária. Ele chega em Tessalônica, uma cidade que existe até hoje, no norte da Grécia. (Confira em At 17.1-15).

Seguindo seu costume, ele procura logo uma sinagoga para pregar o Evangelho aos judeus. Paulo concentrou a pregação em dois pontos. Primeiro: o tão esperado Messias, o libertador de Israel, teria antes de padecer, morrer e ressuscitar. Por mais estranho e contraditório que parecesse, esse ensino constava no Antigo Testamento. Segundo, o Messias já viera: Jesus, o Nazareno. Ele foi o único no qual se cumpriram todas a profecias.

Quando diz este é o Cristo Jesus, que eu vos anuncio, Paulo deixa claro o que estava fazendo ali. Não fundando uma religião diferente; não querendo arranjar adeptos para uma nova corrente política; não procurando ficar famoso. Mas pura e simplesmente anunciando Jesus! E não se afastava um milímetro desse objetivo.

Vários judeus e muitos gentios (não judeus) aderem à pregação. Mas a calma termina aí. Judeus invejosos levantam grande alvoroço, obrigando Paulo a fugir às pressas, de noite, para a cidade vizinha, Beréia. Lá chegando, o incansável missionário começa tudo de novo, sempre fiel à meta principal de anunciar Jesus.

É quando deparamos com o famoso registro de que os judeus de Beréia foram mais nobres que os de Tessalônica (At 17.11).

Por que? Por tratarem Paulo melhor? Não. Porque "receberam a palavra com toda a avidez, examinado as Escrituras, para ver se as coisas de fato eram assim"! Não estavam querendo apenas ouvir coisas bonitas, ditas por um grande pregador. Seu interesse era de fato estudar a Bíblia (na época o Antigo Testamento), para checar se Paulo falava com base no que Deus revelara, através dos profetas.
          Ah, que falta desta nobreza hoje em dia! Como são poucos os que têm sede da Palavra de Deus, desejosos de ouvir a pregação pura da Bíblia, sem preconceitos, sem apego a tradições religiosas.

Muitos, mesmo evangélicos, se fecham em suas seitas, seguindo cegamente seus líderes, fechados para o ensino direto da Bíblia em que dizem crer. Ouvem, mas não examinam. Se alguém assim, depois de ouvir uma pregação, se trancasse em seu quarto e fosse verificar se de fato é como o pregador disse... como seria diferente!

Veja o que aconteceu com as pessoas de Beréia: com isso, muitos deles creram....

Quando alguém ouve a Palavra de Deus e, com avidez, gosto e sinceridade, abre a mente e o coração para avaliar examinar a fidelidade do que escutou, a conseqüência natural é conversão a Cristo. E depois, edificação, santificação, vida cada vez mais consagrada à glória de Deus.

Procuremos traçar um caminho mais nobre, quanto à nossa postura diante da Bíblia. Confira o que ouviu! E que a Igreja do Senhor Jesus Cristo se encha de bereianos!