ARTIGO

Repetições

Mauro Clark

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Você conhece o Pai Nosso? Certamente que sim. E sabe de cor, desde criança. Talvez até o recite ainda hoje em dia, várias vezes em seguida. Vamos ler um trecho da Bíblia:

"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais". (Mateus 6.7-8).

Observe como Jesus proibiu a oração repetida. A razão é clara: quem faz assim, acha que o motivo pelo qual Deus vai ouvi-lo é exatamente por causa das repetições. E está enganado, pois o Senhor do Universo não vai se sujeitar a esse tipo de pressão. Além do mais, a oração repetida torna-se algo mecânico e monótono, levando facilmente o pensamento para longe daquilo que está sendo dito.

Responda com honestidade: quando você ora (ou reza, como queira) de maneira repetitiva, você realmente presta atenção ao significado de cada palavra e do contexto em geral? O seu coração está mesmo afinado com o que está sendo pronunciado?

Vejamos dois tipos de resposta: "Não. De fato eu não presto atenção às palavras e as repito mecanicamente". Se é o seu caso, procure se conscientizar que essa não é uma maneira respeitosa de se dirigira a Deus. Imagine-se chegando ao seu pai e dizendo: "Papai, quero falar com o senhor". "Diga, meu filho" E então você, olhando para ele, passa a recitar de cor as palavras de uma poesia muito bonita dirigida aos pais. E quando acaba a poesia, você começa tudo de novo. E de novo. As palavras saem fácil, rápido sem emoção, frias. A mente não está concentrada no que está dizendo. Qual seria a reação de seu pai a essa cena esquisita? Achar que você está ficando louco ou apenas fazendo-o de tolo? Pois cada vez que você se propuser a orar desta maneira, está fazendo a mesma coisa com Deus! Não se iluda, pensando que a sua falta de atenção vai ser compensada pelas repetições e que Deus vai se sensibilizar com o tempo gasto nessa ladainha. Leia de novo as palavras de Jesus...

Agora vejamos o outro tipo possível de resposta: "Sim; quando em recito várias orações pré-fabricadas em seguida, eu realmente presto atenção ao conteúdo das palavras. Eu faço isso de coração". Ótimo. Mas então qual o sentido da repetição? Para uma pessoa normal, basta se dizer algo uma vez durante a conversa. Pense você dizendo ao seu pai de todo o coração, até emocionado e com lágrimas nos olhos: "Meu pai, o senhor é o melhor pai do mundo; eu tenho orgulho de ser seu filho". Ele fica muito satisfeito com o que ouviu. E você continua: "Meu pai, o senhor é o melhor pai do mundo; eu tenho orgulho de ser seu filho". Garanto que nesse ponto a alegria de seu pai já iria se transformar em preocupação ou aborrecimento. Mas, você não pára aí. Diz a mesma frase três, quatro, dezenas de vezes. Sinceramente, não consigo imaginar o que faria o seu pai.

Tudo isso é tão claro, concorda? Não precisa agir assim com Deus. Se você ora com o coração, atento ao que está dizendo, não se prenda a uma fórmula decorada. Há tantas coisas a serem ditas e pedidas a Deus. Deixe o coração falar. Derrame-se intimamente perante o Senhor. A oração é algo pessoal e cada um diz o que deseja de uma maneira diferente e individual. Experimente hoje orar como se estivesse conversando com Deus. Será uma experiência fantástica!

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