"Papai, foi ela quem me bateu primeiro..."
Não preciso dizer que essa é uma das mais freqüentes frases pronunciadas num lar com mais de uma criança. E quando essa velha desculpa aparece, sempre traz consigo um delicado problema para o pai ou a mãe: descobrir (árdua tarefa!!!) quem é o culpado, e decidir como discipliná-lo. E quando a culpa é dos dois, o que fazer: castigar ambos ou dispensá-los?
Difícil mas fundamental arte, essa de educar. É durante a educação que os pais transmitem aos filhos os princípios e conceitos que certamente vão influenciá-los durante as suas vidas. A Bíblia diz:
Provérbios 22.6: Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.
Mas, ensinar como? Quais os critérios a adotar para que esse ensino seja sadio e eficiente? A própria Bíblia responde de maneira cristalina a essas perguntas. Muitos agem de maneira contrária ao que ensina a Palavra de Deus. Mas devo lembrar que esses princípios, sendo divinos, não devem ser julgados por nós, mas simplesmente obedecidos.
O conceito básico que as Escrituras estabelecem como indispensável à educação da criança, é o respeito e obediência aos pais. Sempre. O pai é autoridade inquestionável, e como tal deve ser reconhecido pelo filho.
Porém, como a natureza humana é rebelde e egoísta, a criança não quer aceitar com naturalidade esse fato, principalmente em momentos críticos, quando sua vontadezinha forte está sendo contrariada por uma ordem do pai.
Segue-se então o inevitável confronto: o pai manda, o filho não obedece. O pai argumenta, tenta explicar os motivos da ordem. Mas não adianta. E está criado o impasse. Se o pai desiste, é o fim da sua autoridade. Está reconhecendo abertamente que naquela casa a vontade que predomina é a do filho. Esta não é a opção correta.
Se todos os argumentos já foram esgotados, só resta uma saída: surra. Se não vai pela razão, vai pela dor. O que não pode, em nenhuma circunstância, é a desobediência predominar. Cito a seguir três passagens bíblicas sobre a assunto:
Provérbios 29.15: A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.
Provérbios 22.15: A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.
Provérbios 13.24: O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.
É lamentável o fato de alguns pais acharem que a educação moderna não permite a disciplina. Tenho visto alguns pagarem um alto preço por isto, quando, por exemplo, mandam em público um filho fazer alguma coisa e ouvem a resposta: "Vai tu".
Se não se deve bater num filho porque isso vai desagradá-lo e fazê-lo chorar, por que proibí-lo de comer chocolate quando está doente? Isto também vai dar em choro! "Ah, mas isso é para o seu bem." E não seria para o seu bem serem ensinados desde cedo que devem respeitar e obedecer às autoridades? Esses conceitos não iriam ser fundamentais para a sua adaptação na implacável sociedade que os aguarda?
Um pai que realmente ama o filho e lhe dá amor, não precisa temer que uma disciplina sadia venha a impedir um relacionamento normal entre ambos. A disciplina, quando aplicada com equilíbrio e em momentos oportunos, geralmente é aceita com naturalidade pela criança. Jamais um filho vai odiar seu pai pelo fato de este lhe bater em ocasiões de desobediência e desrespeito. Evidentemente estamos falando de um pai que conhece os limites do razoável e não exagera a ponto de tornar a educação dos filhos em agressão física.
Penso que um pai deve educar seus filhos de uma maneira tal que os deixe preparados para enfrentar, do melhor modo possível, a vida adulta. E os pais que estão dando uma educação seguindo a orientação da Bíblia, estão atingindo em cheio este objetivo.