Li certa vez o anúncio de um refrigerante, de página inteira, que dizia assim: Preencha o vazio de domingo à noite. Na foto, uma apetitosa pizza, com a garrafa do refrigerante ao lado.
E fiquei pensando: se eu tivesse nascido crente em Jesus Cristo não teria compreendido aquele anúncio. Afinal, domingo à noite é a parte mais agradável, mais edificante, mais cheia da semana! É domingo à noite que eu tenho a oportunidade de estar com os meus irmãos de fé, numa comunhão espiritual alegre e descontraída. É domingo à noite que eu adoro o meu Pai celestial num culto coletivo, com hinos, testemunhos e, acima de tudo, com a pregação da palavra de Deus. É domingo à noite que eu tenho o enorme prazer de ver eventuais convidados meus e de outros irmãos chegando à igreja, mostrando interesse nas coisas do alto. Vazio de domingo à noite???
Mas eu não nasci crente. E até os 24 anos, sabia muito bem o que era o vazio de um domingo à noite meio sombrio, angustiante, solitário (mesmo estando acompanhado). O peso de uma vida sem rumo, provisoriamente aliviado na sexta-feira com a perspectiva de um agitado fim de semana, voltava a sufocar o meu coração nas noites de domingo.
Até que um dia esse vazio foi totalmente preenchido não por um pedaço de pizza e um gole de refrigerante mas pelo próprio Espírito Santo que se alojou para sempre no meu íntimo. Que plenitude!
De vez em quando gosto de ir a um restaurante depois do culto noturno de domingo. E ali de fato posso saciar o estômago. Mas o vazio existencial, de espírito, esse não existe mais. Saio da igreja muito bem alimentado pelo Pão da Vida