PREGAÇÃO

Eu... defender o que?

Jd 3      52 minutos      26/09/2010         

Mauro Clark


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3 Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.
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Tenho pregado sobre reino de Deus: o que é; ter zelo; honrar; trabalhar; amar os estatutos desse reino.
Hoje falarei sobre a necessidade de LUTARMOS pelo reino de Deus, focalizando num aspecto bem particular dessa luta.

Logo após a conversão, todo crente deve se conscientizar de que é guerreiro: Ef 6.11-18
Essa passagem na maioria das vezes é usada par mostrar a necessidade do crente se armar contra as investidas do Diabo e usar essa armadura para sua defesa pessoal. Mas esse é apenas um lado da moeda. Além de usar a armadura para a vida pessoal, o crente, sendo um soldado, terá de usá-la também para defender o exército do reino de Deus, a que pertence.
Um soldado na guerra tem como alvo principal e imediato defender a pátria, não a si mesmo. Do contrário, teria ficado em casa!

Agora, quanto melhor defender a si próprio, mais eficiente será ao defender o país. O ideal para o crente seria, logo após a conversão, ir “para casa”, o céu.

Então por que somos deixados aqui? Por vários motivos, um dos quais é LUTAR pela causa do Senhor Jesus Cristo.
Nosso texto, Jd 3, focaliza um aspecto dessa luta pelo reino de Deus.

batalhar diligentemente: επαγωνιζομαι epagonizomai = lutar intensamente.
pela fé: aqui não se trata da fé que salva, subjetiva. Mas fé no sentido OBJETIVO, o conjunto de doutrinas em que cremos ser a verdade absoluta de Deus.

Como chegamos a essa conclusão?
- A fé que salva é dada individualmente, em momentos diferentes, mas essa fé foi dada aos santos de maneira coletiva e “de uma vez por todas”.

- A exortação é para batalharmos por algo que pertence a todos o santos. Como não tem sentido eu batalhar pela fé pessoal de outro irmão, então “fé” aqui tem outro significado.

- O verbo “entregue” (grego παραδιδωμι paradidomi) = entregar, confiar. A fé que salva não nos foi exatamente confiada e sim dada incondicionalmente. Mas os ensinos da Bíblia, esses sim, foram confiados para preservá-los e ensiná-los.

- Outra passagem fala da fé no sentido de doutrina:
* Fp 1.27-28: Novamente idéia de luta contra adversário, em defesa de algo que é de todos. Não luta física, mas espiritual, envolvendo ensino.
Fé evangélica: doutrina do Evangelho.

Se eu perguntasse: “Como crente, qual a sua maior obrigação quanto ao Evangelho?” Talvez você respondesse sem pensar: “Pregar”. Resposta correta, mas incompleta. Há uma outra: DEFENDER.

Outra passagem que fala em defesa do Evangelho:
Fp 1.16 - Paulo não disse “incumbido da pregação do Evangelho”, mas da DEFESA. Apenas pregar é pouco. É preciso também DEFENDER. Pois é exatamente esse aspecto da luta do crente que desejo enfatizar aqui.

Muitos crentes fazem apenas a primeira parte: são ativos ao falarem do Evangelho, mas não se preocupam em defender essas mesmas doutrinas que pregam. Alguns chegam a ponto de fazer o contrário: juntam-se com quem crê e ensina doutrinas diferentes. Isso fere as Escrituras.

Duas considerações:
1) A responsabilidade de defender o Evangelho não é apenas dos líderes.
Não sabemos para qual igreja Judas escreveu e a sua carta, mas é vidente que tinha em mente crentes comuns, não exclusivamente pastores e líderes.
Isso significa que você, quer seja uma moça ou um ancião, instruído ou que mal sabe ler, recém-convertido ou crente há 40 anos, diácono ou sem qualquer cargo, seja quem for, tem obrigação de defender as doutrinas na Bíblia.

Duas maneiras de defender a verdade das Escrituras:
a) Falando, argumentando. Agora, claro que para falar, é preciso aprender, estudar, meditar: Pv 2.1-5. Acho que todo crente deveria ter um livro de teologia elementar.

b) Além de falar, obedecendo, seguindo à risca. Como o salmista em Sl 119.105.
Ao juntar o FALAR com o AGIR, mostra COERÊNCIA, uma das armas mais poderosas para um nobre testemunho cristão.

Interessante é que foi isso mesmo que Deus quis de Josué: Js 1.8: fale e viva!

2) Ao defender o Evangelho, prepare-se para ser acusado de arrogante, dono da verdade, falta de amor.
Os bereianos foram corajosos, pois se arriscaram a irritar Paulo: At 17.11. Se Paulo fosse um mau obreiro, teria se melindrado.
(Aliás, um bom teste para saber se um pregador é bem intencionado e sério é se ele aceita ser conferido e confrontado).
O fato é que ao conferirem, diante de Paulo, eles estavam batalhando pela Verdade. 
E estavam fazendo com Paulo o que ele mesmo fizera com Pedro: Gl 2.11-14. Só que ao conferir, Paulo encontrou erro em Pedro e o denunciou “na cara”, e em público.

O maior bem que alguém pode fazer ao próximo é aproximá-lo de Deus. Claro que, para isso, é preciso amar ao próprio Deus: 1Jo 5.2.
E para aproximar alguém de Deus não há outra forma senão mostrando a Verdade dEle. Portanto, deixar que o outro permaneça no erro, longe de Deus, é falta de amor!

Mas não se iluda: o mundo não entende isso e vai hostilizá-lo.
Mas nem todos são do mundo: os eleitos o ouvirão e se converterão a Cristo.
Mesmo assim, vamos defender a Verdade de Deus não pelos resultados - frustrantes ou maravilhosos - mas porque amamos a Deus e queremos preservar a Sua Palavra, lutando bravamente por ela.                                         

 - Amém -

Mauro Clark, 73 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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